Uma alta-comissária eleitoral do Quénia abandonou o posto e fugiu do país uma semana antes da repetição da votação presidencial, alegando intimidação política.
Roselyn Akombe diz que a votação de 26 de Outubro será uma troça à democracia.
Num comunicado, desta terça-feira, divulgado a partir da cidade de Nova Iorque, Akombe diz que "a comissão (de eleições) tornou-se parte da crise actual. A comissão está sob cerco ".
Akombe, membro dos órgãos superiores da comissão, explicou que há, entre os seus oito integrantes, dela severas divisões político-partidárias.
Ela disse à rádio BBC, se dar detalhes, que estava a ser alvo de ameaças.
Para Akombe, as próximas eleições não serão credíveis.
Reporta-se que a renúncia dela poderá ser usada pela oposição para reforçar que a votação da próxima semana não será justa.
A repetição das eleições foi ordenada pelo Supremo Tribunal a 1 de setembro depois de anular a reeleição de 8 de agosto do presidente Uhuru Kenyatta, na sequência de uma petição do líder da oposição Raila Odinga.
Na semana passada, Odinga anunciou a sua retirada da repetição, alegando dizendo que a comissão eleitoral não fez as reformas exigidas pela oposição.
Mas a comissão insiste que a votação terá lugar conforme o previsto.
Odinga convocou manifestações diárias para protestar contra o órgão eleitoral.
Kenyatta acusa Odinga de sair da corrida depois de sentir a derrota e tentar causar o caos para forçar um acordo de partilha de poder, o que a oposição nega fortemente.