As chuvas que se abateram sobre o Lubango, na província angolana da Huíla, nos últimos dias causaram o desabamento de trinta e cinco casas e deixaram ao relento cerca de cem famílias.
A fúria das águas foi sentida sobretudo na zona suburbana do Bairro Comercial, onde o transbordo do rio Caculuvar deixou ao relento dezenas de famílias.
O desespero e o apelo para as ajudas tomaram conta de algumas famílias sinistradas como foi o caso da senhora Maria Cafina.
«Eu perdi muita coisa, em primeiro lugar o terreno, as nossas casas foram com água, e a segunda são as chapas, os documentos, a roupa e algumas coisas da cozinha, tudo foi com água. O que nós pedimos é que o Governo nos ajude», pediu Cafina.
Pedro Chimuco, outra das vítimas das enxurradas, disse que as chuvas deixaram “mais de 100 famílias ao relento”.
«As pessoas estão aqui, perdemos as nossas casas e não temos onde ir», lamentou.
O governador da província da Huíla, João Marcelino Tchipingui, depois de visitar as famílias sinistradas, ordenou a sua transferência imediata para uma zona mais segura.
«Nós vamos lotear os espaços e as pessoas têm que ser removidas dali queiram ou não”, determinou o governante.
“Nós temos que salvar vidas, temos que encontrar espaços para que as pessoas vivam de forma condigna em áreas de fácil acesso», acrescentou.
A administração Municipal do Lubango diz que o bairro Comercial está entre os outros 12 catalogados com cerca de três mil famílias em situação de risco.
O programa de transferência das famílias para as zonas mais seguras já identificadas existe, mas a sua execução esbarra em dificuldades, disse o administrador municipal, Francisco Barros Leonardo.
«Na verdade ainda a administração municipal debate-se com algumas dificuldades de equipamento, questões financeiras para garantir a execução plena e eficiente deste programa”, sublinhou.
“Dentro daquilo que tem sido as nossas possibilidades temos estado a desenvolver esta acção de transferir os cidadãos em zonas seguras», concluiu o administrador municipal.