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Talibã investiga assassinatos de 4 mulheres, incluindo de activista de direitos humanos


Combatentes do Talibã bloqueiam uma estrada depois de um incidente em Cabul, Afeganistão, Nov. 2, 2021.
Combatentes do Talibã bloqueiam uma estrada depois de um incidente em Cabul, Afeganistão, Nov. 2, 2021.

As autoridades do Talibã confirmaram a prisão de dois homens por suspeita de participação no assassinato de quatro mulheres, incluindo uma activista de direitos humanos, cujos corpos foram encontrados em uma casa na semana passada no norte do Afeganistão.

Um porta-voz do Ministério do Interior em Cabul no sábado disse que os detidos confessaram no interrogatório preliminar que convidaram as vítimas para uma casa na cidade de Mazar-i-Sharif, no norte do país.

Qari Sayed Khosti não disse se os suspeitos também admitiram os assassinatos nem identificou as vítimas ou o motivo. "Outras investigações estão em andamento e o caso foi encaminhado ao tribunal", disse Khosti num vídeo divulgado via Twitter.

A activista assassinado foi identificada como Frozan Safi, uma professora universitária de 29 anos em Mazar-i-Sharif. Ela estava desesperada para deixar o país depois que o Talibã assumiu o controle do Afeganistão em Agosto, disse Sayed Azim Sadat, director do Centro Cultural Zainuddin Mohammad Babar, onde Safi trabalhava.

Sadat disse à Associated Press que Safi deixou a sua casa há cerca de três semanas para se encontrar com alguém que alegou que poderia facilitar a sua evacuação do Afeganistão.

As outras três mulheres também teriam recebido uma oferta semelhante e foram convidadas para a mesma casa, apenas para mais tarde serem encontradas mortas.

O retorno do Talibã ao poder no Afeganistão, depois de travar uma insurgência de 20 anos contra o antigo governo apoiado pelo Ocidente em Cabul e as forças internacionais lideradas pelos EUA, levantou temores de abusos dos direitos humanos e represálias.

Um transporte aéreo caótico de emergência liderado pelos Estados Unidos permitiu que dezenas de milhares de pessoas, incluindo activistas da sociedade civil e cidadãos estrangeiros, deixassem o Afeganistão antes da partida das tropas americanas e da NATO do país no final de Agosto.

Os líderes do Talibã não impediram que afegãos com passaportes e vistos válidos deixassem o país e repetidamente garantiram à comunidade global que protegeriam os direitos de todos os afegãos, incluindo mulheres e minorias, de acordo com as leis islâmicas.

Mas os críticos continuam cépticos se o Talibã cumprirá as suas promessas públicas. Num novo relatório divulgado esta semana, a Human Rights Watch disse que os limites impostos pelo Talibã, às mulheres que trabalham como trabalhadoras humanitárias, estão a bloquear a entrega de assistência humanitária extremamente necessária em grande parte do Afeganistão.

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