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Samakuva sobre medidas de João Lourenço: "Mais vale tarde do que nunca"


MPLA reconhece que "subverteu o estado e enganou os angolanos", diz líder da UNITA

O líder da UNITA Isaías Samakuva saudou hoje o presidente João Lourenço por tentar “corresponder aos anseios do povo”, acrescentando que o partido no poder reconhece agora que “violou a lei, subverteu o estado e enganou os angolanos”.

Mas, disse Samakuva “mais vale tarde do que nunca”.

Falando na abertura da reunião da Comissão Política do seu partido, Isaías Samakuva exortou o Presidente a usar dos seus poderes para garantir que não haja mais o desvio de fundos dos angolanos para o exterior.

João Lourenço anunciou recentemente que "o executivo vai no início do ano estabelecer um período de graça, durante o qual todos aqueles cidadãos angolanos que repatriarem capitais do estrangeiro para Angola e os investirem na economia, empresas geradoras de bens, de serviços e de empregos, não serão molestados, não serão interrogados das razões de terem tido dinheiro lá fora, não serão processados judicialmente".

Isaías Samakuva questionou quem são as pessoas que mantêm divisas fora do circuito oficial, salientando que os angolanos esperam que o chefe de Estado "utilize os seus poderes constitucionais e assuma o controlo do Estado e suas divisas".

Para Isaías Samakuva "o MPLA reconhece que violou a lei, subverteu o Estado e enganou os angolanos”.

“Não quer, naturalmente, responsabilizar os autores destes roubos ou fugas de capitais e aliás já se auto amnistiaram”, disse o presidente da UNITA para quem não lhe cabe “pronunciar sobre a legitimidade ou moralidade dessa medida”.

“Mas os angolanos estão atentos e saberão julgar a seriedade da 'mea culpa' do MPLA", acrescentou Samakuva afirmando ainda que “não basta decretarem-se amnistias e fazerem-se exonerações”.

“O país precisa de medidas urgentes e efetivas para se travar a fuga de capitais, legitimarem-se os investimentos e concretizar-se a justiça social", acrescentou.

"Os angolanos estão a testemunhar, pela primeira vez, o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola, partido no poder) a fazer meia culpa e vir reconhecer, finalmente, que foi ele quem instituiu a corrupção em Angola", disse o presidente da UNITA para quem o seu partido “tinha razão quando dizia que o estado angolano dirigido pelo MPLA funda-se na corrupção, vive na corrupção e promove a corrupção”.

“Mais vale tarde do que nunca", disse o presidente da UNITA.

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