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Renamo rejeita Joaquim Chissano como mediador


António Muchanga, porta-voz da Renamo
António Muchanga, porta-voz da Renamo

António Muchanga acusa o antigo Presidente de ser parte do conflito ao não respeitar o Acordo de 1992.

A Renamo rejeitou o nome do antigo Presidente moçambicano, Joaquim Chissano, como eventual mediador das negociações de paz com o Governo.

"Com todo o respeito que temos para com o Presidente Chissano, em nome da abertura e da verdade, e como porta-voz do partido Renamo, tenho a dizer que muitos moçambicanos de bem acham que não é elegível para mediador deste conflito porque ele próprio é parte dele", disse António Muchanga, em conferência de imprensa em Maputo nesta sexta-feira, 23.

Muchanga vai mais longe e acusa Chissano de ter sabotado “o cumprimento integral do Acordo Geral de Paz na letra e espírito" ao não integrar homens da Renamo nas Forças de Defesa e Segurança.

Na quinta-feira, 22, a Rádio Moçambique, pública, revelou que o subscritor do Acordo de Paz de 1992, juntamente com Afonso Dhlakama, ofereceu-se para ajudar no diálogo entre o Governo e Renamo, caso fosse convidado.

António Muchanga acusaou ainda Chissano de se beneficiado d”as polémicas eleições de 1999, onde mais de 750 mil votos não foram requalificados", embora, segundo ele, existia uma diferença de cerca de 200 mil votos entre o então Presidente e Afonso Dhlakama.

O porta-voz do maior partido da oposição lembrou ainda que foi o antigo Presidente quem deu início ao que chamou de “marginalização dos comandantes da Renamo” e disse esperar que Chissano “peça desculpas à Renamo e ao povo moçambicano”.

O Governo e a Renamo encetaram uma série de contactos com a mediação de países e instituições internacionais desde Julho, mas sem resultados.

Na semana passada, os mediadores internacionais deixaram Moçambique e avisaram que regressarão se forem convidados pelas partes.

Na seu discurso sobre o estado da nação na passada segunda-feira, 19, no Parlamento, o Presidente moçambicano disse ter proposto à Renamo a formação de uma comissão independente nacional para discutir um acordo de paz, mas sem a presença de mediadores internacionais.

A Renamo, através da líder parlamentar Ivone Soares, respondeu dizendo que o partido aceita a comissão independente, mascom a presença de mediadores internacionais.

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