As “zungueiras” angolanas perderam mais de 85% do seu rendimento devido à pandemia do coronavírus, revela um estudo do Observatório de Políticas Públicas da Perspetiva do Género (ASSOGE).
Florita Telo, diretora adjunta da organização, disse que o estudo conclui que há uma pobreza multidimencional na vida das vendedoras ambulantes, nomeadamente no ambiente familiar e transportes públicos.
O fato de ser “uma doença nova acaba também por aumentar o medo”, acrescentou Telo, e isso reflete–se em maiores dificuldades “no acesso a mercadorias, na possibilidade de vender essas mercadorias e também no número de clientes” e “redução de margem de lucro”.
Há também ainda “a dificuldade de locomoção” relacionada com as restrições impostas ao funcionamento dos transportes públicos.
A nível familiar, as vendedoras enfrentam maiores dificuldades em adquirir alimentação “sobretudo pelas medidas que foram tomadas” mas também “pelo despedimento dos seus maridos”.
O relatório aponta também a contínua agressão contra as “zungueiras” por parte dos fiscais e agentes da autoridade.
“Continua a violência contra essas mulheres”, conclui a dirigente da ASSOGE.