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Sem abordar os desequilíbrios sociais, não haverá forma de acabar com a zunga, dizem analistas


Zungueira vendendo maboques. Luanda, Angola, 14 de Outubro, 2015
Zungueira vendendo maboques. Luanda, Angola, 14 de Outubro, 2015

Analistas dizem que não há uma forma a médio e curto prazo para controlar a venda ambulante e desordenada nas cidades de Angola, pelo que sugerem antes de tudo uma solução para os desequilíbrios sociais.

A venda ambulante em Angola é um dos problemas que mais tem tirado o sossego dos governos, principalmente nos centros urbanos. Neste mês dedicado à mulher, uma importante reflexão tem sido feita pela sociedade civil sobre a zunga e as suas consequências.

A zunga, de acordo com estudos recentes, resulta da falta de emprego e necessidade de sustentar as famílias.

Esta actividade comercial ganhou importância devido aos compradores, numa relação bilateral de compra e venda, que satisfaz os dois principais elementos ou factores para o mercado seja formal, ambulante ou paralelo.

É por esta razão, que muitos cidadãos defendem que se encontra um meio-termo do ponto de vista da organização, para se pôr fim a “desumanização” e a violência contra a mulher zungueira.

Para as zungueiras, o negócio é uma estratégia de sobrevivência. Porém, a actividade é vista pelas autoridades como ilegal e desajustada aos padrões de urbanidade.

O Estado não sabe como vai controlar o problema da zunga, actividade que traz à tona os desequilíbrios sociais em Angola.

As autoridades defendem que o “ganha-pão” deve ser organizado e não deve beliscar a paisagem urbanística, nem tão pouco dar corpo à fuga ao fisco.

Em consequência disso, as zungueiras sofrem a mão pesada do Estado, que tenta, por força do bastião, controlar a situação.

Muitas preferem ir à zunga e correr o risco de sofrer agressão dos agentes fiscais ou ver os seus pertences a serem confiscados. Elas entendem que nos mercados não há mais espaços para venda. E onde há espaços, não há clientes.

Acompanhe a reportagem:

Sem abordar os desequilíbrios sociais, não haverá forma de acabar com a zunga, dizem analistas
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A expressão “zungueira” tem origem na língua Kimbundo, falada nalgumas províncias do norte de Angola. Traduzida para português, significa quitandeira, vendedora ambulante, aquela que percorre várias artérias da cidade vendendo produtos diversos com balaio, banheira ou outro recipiente à cabeça

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