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Obama quer que os ricos paguem a crise


Obama quer que os ricos paguem a crise
Obama quer que os ricos paguem a crise

“Não há nada de sério num plano que reivindica reduzir as despesas, mas que gasta triliões de dólares em benefícios fiscais para os milionários e bilionários".

Num importante discurso sobre política fiscal proferido em Washington, o presidente Barack Obama estabeleceu os objectivos para a redução do deficit orçamental quando se calcula que a dívida nacional irá ultrapassar os 14 biliões de dólares, nos próximos dez anos.

O discurso de Obama surge num momento decisivo, numa altura em que a dívida orçamental do Estado americano atinge níveis históricos e quando a oposição republicana desafia o presidente a reduzir drasticamente os gastos e a não aumentar os impostos.

Os pontos essenciais do plano de Obama incluem uma redução, por fases, dos deficits futuros em quatro triliões de dólares nos próximos 12 anos, diminuindo a dívida pública a partir da segunda metade desta década. O presidente prevê pôr fim às reduções dos impostos para os americanos mais ricos, uma herança deixada por George W Bush, o que coloca Obama em conflito com os republicanos que não concordam com o fim dos benefícios fiscais para os ricos. Disse Obama no seu discurso perante a nação: “Não há nada de sério num plano que reivindica reduzir as despesas, mas que gasta triliões de dólares em benefícios fiscais para os milionários e bilionários. Não vejo nada de corajoso em pedir sacrifícios aqueles que menos têm e que não dispõem de qualquer influência política no Congresso. Esta não é a visão da América que eu perfilho!”

As sondagens à opinião pública mostram haver um grande apoio popular para um aumento dos impostos para os americanos mais ricos mas, apesar da campanha do presidente para aumentar os impostos para aqueles que ganhem mais de 250 mil dólares por ano, Obama não tem conseguido apoio político no Congresso para fazer aprovar a sua proposta.

Por seu lado, os republicanos propõem a manutenção impostos reduzidos para os americanos mais ricos e, num vídeo apresentado esta semana no Congresso, argumentam acerca das vantagens dessa política.

O congressista republicano Paul Ryan, que preside à Câmara dos Representantes, defende que as receitas dos impostos correspondam a 19 por cento do Produto Nacional Bruto para que o deficit se reduza automaticamente relativamente ao volume da economia americana. O objectivo da proposta republicana seria também a de reduzir a estrutura do governo americano ao mínimo, fazendo com que as despesas do aparelho de Estado se diminuam para pouco mais de dois por cento do orçamento, em 2016, o que corresponderia uma administração pública equivalente aos valores anteriores aos da Grande Depressão, nos anos 30. Para os analistas esta opção afigura-se pouco realista.

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