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Cresce número de possíveis presidenciáveis para 2018


Lula da Silva, um dos presidenciáveis
Lula da Silva, um dos presidenciáveis

A menos de dois anos das eleições presidenciais de 2018 no Brasil, circulam informações cada vez mais crescentes de potenciais candidatos.

Velhos e novos nomes ganham força em meio às graves crises económica e política no país.

Entre eles estão políticos já consolidados como o antigo Presidente Lula da Silva, a ex-senadora Marina Silva, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmim, o presidente nacional do PSDB e senador Aécio Neves entre outros parlamentares e até mesmo personalidades ligadas à Lava Jato, como o Procurador da República Rodrigo Janot e o juiz Sérgio Moro, que está à frente das investigações.

Especulação cresce no Brasil sobre possíveis presidenciáveis
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Para o cientista político Adriano Cerqueira, até 2018 a política brasileira certamente vai ser impactada pelos próximos desdobramentos da Lava Jato, além da conjuntura econômica.

Até lá, muita coisa pode mudar.

“O que vai marcar sem dúvida nenhuma o momento político até 2018 vai ser a Lava Jato sempre e os seus efeitos. As homologações, as eventuais prisões que poderão atingir muitos nomes que são hoje presidenciáveis e também a situação da economia. As eleições da Câmara dos Deputados e do Senado no ano que vem também vão ser importantes porque o governo Temer vai ter que realizar reformas estruturais na economia que já dê uma resposta mais direta para a retomada do crescimento até 2018. E assim dar mais condições para um candidato mais ligado ao atual Governo”, disse.

Sobre uma possível reeleição de Michel Temer, o especialista acha pouco provável.

Ele acredita que o actual ministro das Relações Exteriores, José Serra (PSDB), pode concorrer a esse processo.

Ele vai ter que investir muito nas articulações com a Câmara e com o Senado. Na minha avaliação, para o PMDB ter uma candidatura própria em 2018 estaria atualmente mais vinculada a uma saída de algum dos tucanos do PSDB e uma eventual entrada e aceitação no partido. José Serra inclusive tem aparecido com uma certa força eleitoral. É uma pessoa que sempre desejou ser Presidente, inclusive disputou duas vezes a presidência e saiu derrotado. Ele poderia combinar sua entrada para o PMDB para participar do próximo processo eleitoral”, ressaltou.

Em relação ao PSDB, Adriano Cerqueira avalia os prováveis nomes presidenciais.

“PSDB tem hoje três nomes que considero candidatos: Aécio Neves, Geraldo Alckmin e José Serra. A questão hoje é quem será o candidato do partido? No meu entendimento está mais entre Aécio Neves e Geraldo Alckmin. Só que os dois estão inclinados para o PSB. Um deles não conseguindo sair pelo PSDB, acredito que vá concorrer à disputa presidencial pelo Partido Socialista Brasileiro. Mas, tudo depende da Lava Jato”, concluiu.

O especialista também crê que o ex-presidente Lula não vai disputar a eleição, em virtude dos problemas com a justiça brasileira.

“Apesar de o Lula ter uma força persistente eleitoral, acho improvável que ele seja candidato em 2018 por várias razões. Ele está saindo muito desgastado em todas essas investigações. O próximo ano deverá ser muito complicado para o Lula com a Justiça e ele pode sim vir a ser condenado e impedido de ser candidato. E mesmo que ele saia candidato, vai pesar sobre ele uma série de acusações já levantadas e hoje a rejeição ao nome dele é muito alta. Lula é um candidato sempre, mas acho que ele não terá muitas chances”, afirmou.

Entre os vários nomes especulados à Presidência em 2018, o especialista vê a ex-senadora Marina Silva como a mais provável a entrar na disputa.

“Dos nomes colocados nessa disputa, acho o mais provável a ser candidato o de Marina Silva. Não vejo impedimentos a ela e ela tem um nome muito forte. A última pesquisa Data Folha a coloca como favorita na disputa pelo segundo turno em 2018. Certamente ela tem uma força eleitoral a ser levada a sério, mas por outro lado, é preciso ver a capacidade que ela tem para articular com outros partidos. Eu nem descartaria uma eventual possibilidade de ex-petistas e até mesmo gente ligada ao Partido dos Trabalhadores tentar costurar o entendimento com a Marina Silva. Isso porque muitos ex-petistas hoje estão entrando no partido dela, Rede Sustentabilidade”.

Adriano Cerqueira também chama a atenção para a rejeição dos brasileiros com os atuais políticos. Novos nomes poderão surgir principalmente aqueles ligados à Operação Lava Jato.

“As pesquisas estão mostrando que está havendo um abandono das candidaturas tradicionais por parte do eleitorado. Outros nomes aparecem com mais de 20 por cento das intenções de votos. Temos hoje, 40 a 50 por cento do eleitorado insatisfeito com os nomes apresentados. Então, qualquer nome novo pode ganhar vantagem nisso. E a Lava Jato tem sim sido muito forte aqui no Brasil. O juiz Sérgio Moro já disse várias vezes que não quer ser candidato à presidência e ele hoje seria o nome mais forte. Mas, que tem uma postura mais politica nessa equipe da Lava Jato é o Procurador da República Rodrigo Janot. Esse é um nome que acredito que em algum futuro vai querer dar esse passo a mais e se apresentar em uma disputa política. Pela postura dele, tem sim uma boa articulação política e talvez se tivesse interesse teria um bom espaço para poder trabalhar”, ressaltou.

Outro nome especulado para a próxima disputa presidencial no Brasil é do Deputado Federal Jair Bolsonaro. Conhecido pelos discursos agressivos contra homossexuais e mulheres e por se posicionar em defesas do golpe militar de 1964 no país, quando foi instalada a ditadura militar que durou 25 anos.

“É uma candidatura eleitoralmente considerável e isso é um bom patamar inicial. Só que eu acho muito pouco provável um discurso tão extremado quanto o Bolsonaro conseguir avançar nas pesquisas eleitorais. Acho que com muita sorte conseguiria chegar ao segundo turno, mas jamais vencer. Nem mesmo vencer o primeiro turno não vejo sucesso para ele”, concluiu.

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