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Antigo dirigente da FESA diz que José Eduardo dos Santos desconhecia documentos da Batalha de Cuito Cuanavale


"Compra de documentos" é parte central do julgamento do general "Zé Maria"
"Compra de documentos" é parte central do julgamento do general "Zé Maria"

O antigo Presidente angolano, José Eduardo dos Santos, desconhecia a existência de documentos referentes à Batalha do Cuito Cuanavale nas instalações da sua fundação, FESA, e só tomou conhecimento deles quando, a convite do anterior chefe do Serviço de Informação e Segurança Militar (SISM), general António José Maria "Zé Maria", visitou uma exposição de documentos na sede da própria Fundação Eduardo dos Santos.

A afirmação foi feita na quinta-feira, 26, pelo antigo director de gabinete do presidente da FESA, Manuel Paulo da Cunha, no tribunal onde o general "Zé Maria" é julgado pela prática de crimes de extravio de documentos, aparelhos ou objectos que contêm informações de carácter militar, bem como de insubordinação.

Os documentos da célebre Batalha do Cuito Cuanavale vieram a público no julgamento quando o Ministério Público revelou que, entre o material de que o antigo chefe da secreta é acusado de ter desviado, estão os referentes àqueles importantes combates entre o exércitos angolano e sul-africano.

Esses documentos, comprados por forma secreta a um cidadão luso-moçambicano-sul-africano, teriam custado ao Estado angolano cerca de dois milhões de dólares.

General José Maria no tribunal
General José Maria no tribunal

O ex-director do gabinete do presidente da FESA adiantou que, quando José Eduardo dos Santos apercebeu-se da documentação, mostrou-se satisfeito, uma vez que, na sua óptica, tais documentos” iriam permitir a escrita da História, não só da Batalha do Cuito Cuanavale”, mas também de outras.

Ainda de acordo com Manuel Paulo da Cunha, que prestou declarações como testemunha, de acordo com a imprensa no local, o antigo Presidente terá tentado contactar João Lourenço, por telefone, mas não conseguiu porque encontrava-se numa reunião.

José Eduardo dos Santos instou, segundo Cunha, José Maria a entregar a documentação que, eventualmente, tivesse em sua posse.

O julgamento continua no dia 1 de Outubro.

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