Confrontos entre militantes do MPLA e da UNITA no município do Bocoio, província de Benguela, no passado sábado, 15, fizeram inúmeros feridos, forçando munícipes a fugir para matas após actos de vandalização de casas e estabelecimentos comerciais.
Militantes e simpatizantes do partido no poder, que festejavam a vitória eleitoral, são acusados de terem insultado membros do ‘Galo Negro’, que se queixam de um comité destruído.
‘’Encontrámos cápsulas e balas no terreno, buracos de tiros nas paredes e em outros lugares, o que indicia que existiam homens armados. Há informação de que a Polícia esteve a proteger este vandalismo’’, denuncia o activista José Patrocínio, da OMUNGA.
É o rescaldo do cenário de violência num município que até conta com uma comissão de pacificação criada em resposta a sucessivos casos de intolerância política.
A trabalhar em nome dos direitos humanos, o activista José Patrocínio esteve no Bocoio, de onde regressou com críticas à actuação da Polícia, que ainda não prestou esclarecimentos.
‘’Preocupa-me a partidarização da Polícia, quero saber se os culpados serão punidos’’, acrescenta.
Várias horas depois, os confrontos ocorridos na comuna de Monte Belo continuam a agitar a população, forçada a abandonar as suas moradias.
‘‘Houve roubo de dinheiro, principalmente das pessoas que viram destruídos os seus negócios. Há informação de que há pessoas nas matas e muitas outras a tentar sair do Monte Belo. Ainda esta manhã alguém foi outra vez agredido. Militantes do MPLA estarão a exigir que se delimite uma área exclusiva para si, uma espécie de apharteid, a situação é preocupante’’, relata.
A VOA não conseguir obter uma reacção da administradora municipal e primeira secretária do MPLA, Deolinda Valiangula.
Sabe-se que existe uma comissão de inquérito a trabalhar na investigação do caso.