João Lourenço domina partido no poder em Angola

Presidente de Angola, João Lourenço

Analistas consideram que os poderes de João Lourenço ficaram mais reforçados no partido com uma geração submissa no comité central e o afastamento de figuras históricas e incómodas.

Para falar sobre o assunto, ouvimos os analistas políticos, Olívio Kilumbo e Anselmo Kondumula e o político do MPLA, João Pinto.

Your browser doesn’t support HTML5

João Lourenço domina partido no poder em Angola, consideram analistas

O oitavo congresso ordinário do partido que governa Angola há 46 anos fica marcado com a não apresentação de múltiplas candidaturas, como estava inicialmente prevista, e pela ausência do antigo Presidente José Eduardo dos Santos, que declinou o convite que lhe foi endereçado por João Lourenço.

Your browser doesn’t support HTML5

João Lourenço e Ulisses Correia e Silva reiteram compromisso na luta contra a corrupção

Dos Santos declinou tanto o convite como um eventual encontro com o seu antecessor antes do congresso. Esta posição reanimou as revelações a partir do interior do partido, que dão conta de profundas divisões difíceis de ocultar.

Em vésperas do congresso, o comité central decidiu afastar a velha guarda de dirigentes, principalmente figuras históricas que serviram o antigo Presidente, José Eduardo dos Santos, facto que está a ser apontado com a continuação da política de “caça às bruxas”.

O partido aumentou o número de membros do seu futuro Comité Central, que passará a ter mais mulheres a assumirem um papel de relevância neste órgão e uma aposta considerável em jovens entre os 18 e os 35 anos.

No dia da abertura do congresso, o Tribunal Constitucional fez sair um despacho, que indeferiu uma providência cautelar do pré candidato à liderança do MPLA, Eng. António Venâncio, que solicitava a interdição do oitavo congresso.

No despacho, datado de 07 de Dezembro, a juíza Presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso refere que “as alegações e fundamentos, mormente no que respeita à natureza do processo adoptado pelo requerente, permitem concluir que a mesma deve ser feita ao abrigo da Lei dos Partidos Políticos''.

A defesa de António Venâncio já recorreu da decisão do Tribunal Constitucional, prevendo-se novos capítulos desta disputa judicial, a volta da legitimidade do congresso do partido no poder.

O analista político, Olívio Kilumbo, é de opinião que o MPLA e o Presidente João Lourenço, perderam uma soberana oportunidade para mostrar ao mundo a anunciada abertura democrática e a modernização do partido.