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Venezuela receia que Saab, detido em Cabo Verde, revele os negócios dos dirigentes do país


Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela
Nicolás Maduro, Presidente da Venezuela

"Vai o canário de Maduro cantar?”, pergunta uma colunista do Wall Street Journal

Os esforços do Governo da Venezuela em tentar impedir a extradição de Cabo Verde de Alex Saab para os Estados Unidos destinam-se a impedir que este revele os segredos da riqueza dos dirigentes venezuelanos, o que seria “um desastre internacional de relações públicas”, escreveu a comentarista do diário Wall Street Journal, Mary Anastasia O’Grady.

O’Grady, que se especializa em questões da América Latina e faz parte da comissão editorial desse conceituado diário americano, recorda que Saab foi acusado nos Estados Unidos por branqueamento de capitais e foi detido em Cabo Verde em Junho de 2020 a pedido da Interpol quando o seu avião fez uma paragem em Cabo Verde a caminho do Irão.

Para a comentarista do Wall Street Journal, a quantidade dos esforços que “Caracas está a desenvolver para obter a libertação de Saab merece atenção”, recordando depois como o Governo venezuelano contratou uma equipa de advogados de alto nível “chefiada por Baltazar Garzon, um antigo controverso juíz espanhol”.

“É duvidoso que o esforço hercúleo da Venezuela para impedir a extradição seja explicado por preocupações pelo futuro do detido capanga de Maduro”, diz o artigo em referência ao Presidente venezuelano.

“Mais provável é que, como intermediário nos negócios do regime, Saab pode estar familiarizado intimamente sobre como a riqueza da Venezuela foi desviada para enriquecer a nomenclatura de Maduro”, acrescenta o artigo de opinião.

O’Grady faz notar que Saab pode negociar um abrandamento da sua pena nos Estados Unidos e, nesse caso, “poderá inclinar-se para compartilhar essa informação com as agências judiciais dos Estados Unidos, que podem depois torná-las públicas”.

“Numa nação afectada por falta de alimentos, electricidade, água e medicamentos, um relatório de peritagem forense sobre os fundos escondidos de Maduro & Co. – incluindo os bens de membros da família fora do país – seria um desastre internacional de relações públicas”, escreve O’Grady, para quem “com os grandes de Maduro a viverem à grande em luxo, a divulgação daquilo que Saab conhece teria un custo grande”.

“Se ligado à política de Biden de manter a pressão de sanções usadas pelos três últimos presidentes, poderá ser davastador”, acrescentou a comentarista do Wall Street Journal que exortou a administração Biden a não aliviar a a pressão contra “um cartel de crime organizado com poder monoplista e o objectivo único de o manter”.

“Nenhuma negociação pode resolver isso”, diz o artigo titulado “Vai o canário de Maduro cantar?”, com o sub título: “O ditador sua enquanto os Estados Unidos procuram extraditar o seu sócio acusado".

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