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Vaticano sanciona Dom Ximenes Belo


Arquivo - Bispo Carlos Ximenes Belo de Timor Leste no Encontro Nacional Católico no campus da UCLA em Los Angeles, 17 Julho, 1999.
Arquivo - Bispo Carlos Ximenes Belo de Timor Leste no Encontro Nacional Católico no campus da UCLA em Los Angeles, 17 Julho, 1999.

Belo foi demitido da Igreja em Timor-Leste no início de 2002, e foi enviado para Moçambique, onde foi autorizado a trabalhar com crianças.

O Vaticano disse na quinta-feira, 29 de setembro, que tinha imposto sanções disciplinares ao Prémio Nobel da Paz, Dom Ximenes Belo nos últimos dois anos, na sequência de alegações de que ele tinha abusado sexualmente de rapazes em Timor-Leste durante a década de 1990.

A admissão do Vaticano veio um dia depois de uma revista holandesa, De Groene Amsterdammer, ter exposto as alegações contra o venerado herói da independência de Timor-Leste, citando duas das alegadas vítimas de Belo e relatando que havia outras que não se tinham apresentado em Timor Leste, onde a Igreja Católica exerce uma enorme influência.

Ontem o jornal holandês De Groene Amsterdammer publicou testemunhos de alegadas vítimas de abusos sexuais, quando eram menores, crimes que terão sido cometidos durante vários anos pelo bispo, ex-administrador apostólico de Díli e Nobel da Paz.

Na sua edição 'online', o jornal explica ter ouvido várias vítimas e 20 pessoas com conhecimento do caso, incluindo "individualidades, membros do Governo, políticos, funcionários de organizações da sociedade civil e elementos da Igreja".

O porta-voz Matteo Bruni disse que o gabinete do Vaticano que trata dos casos de abuso sexual recebeu alegações "relativas ao comportamento do bispo" em 2019 e no espaço de um ano tinha imposto as restrições. Estas incluíam limitações aos movimentos de Belo e ao seu exercício do ministério, e proibiam-no de ter contacto voluntário com menores ou contacto com Timor Leste.

Numa declaração, Bruni disse que as sanções foram "modificadas e reforçadas" em Novembro de 2021 e que Belo tinha aceite formalmente a punição em ambas as ocasiões.

O Vaticano não forneceu qualquer explicação para a demissão de Belo como chefe da igreja católica romana em Timor-Leste no início de 2002, e foi enviado para Moçambique, onde foi autorizado a trabalhar com crianças.

Em novembro de 2021, Ximenes Belo anunciou a sua resignação do cargo, alegando problemas de saúde e a necessidade de um longo período de recuperação.

A notícia do comportamento de Belo causou choque em toda a nação, maioritariamente católica, do sudeste asiático, onde é considerado como um herói por lutar para conquistar a independência de Timor-Leste do domínio indonésio.

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