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Saída da Emirates divide economistas e empresários nacionais


Avião da Emirates
Avião da Emirates

A Emirates cortou o seu vínculo com a companhia aérea angolana e reduziu drasticamente a frequência de voos.

A saída da companhia Emirates divide economistas. Alguns dizem que não irá provocar a saída de outras empresas estrangeiras; outros acham que foi a pior publicidade para Angola em termos de atracção de investimento estrangeiro.

A Emirates cortou o seu vínculo com a companhia aérea angolana e reduziu drasticamente a frequência de voos que tinha no país, alegando dificuldades para repatriar os seus lucros para o exterior.

Outra companhia aérea, a portuguesa TAP, está a proceder a compra de divida publica angolana, indexada ao dólar, para precaver novas desvalorizações do Kuanza, face a dificuldades em repatriar dividendos bloqueados em Angola.

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Estas medidas segundo alguns economistas e empresários podem provocar que outras empresas estrangeiras abandonem o país, mas há um outro grupo de especialistas que não acredita que isso venha a acontecer.

"Esta atitude da Emirates foi das piores publicidades que o país poderia ter registado do ponto de vista da atracção de investimentos diretos estrangeiros, foi de certeza uma grande manha para o país," diz o economista Precioso Domingos.

Este especialista do Centro de Estudos e de Investigação da Universidade Católica de Angola diz que para saída desta crise é necessário que o executivo tome uma serie de medidas, mas que não passem por discursos.

"Enquanto pairar essa desconfiança em relação ao nosso kuanza, vai haver um ataque especulativo à moeda nacional, o que a leva ainda mais para baixo; o BNA tem de devolver a crença no kuanza e isso não se faz com discursos do governador do BNA."

Galvão Branco, especialista em Macroeconomia, acredita que tudo vai depender da robustez de cada empresa estrangeira no nosso mercado, se suporta, ou não, os atrasos em repatriar os seus dividendos para fora.

"É tudo uma questão de ponto de vista da gestão das empresas: Há companhias que decorrente da sua capacidade de folego financeiro em suportar estes atrasos, outras como será o caso da Emirates não suportam," diz Branco.

Ele diz que "a medida da TAP em comprar divida publica angolana é uma atitude inteligente para salvaguardar os seus rendimentos".

O presidente da AIA, Jose Severino, acredita que a atitude da Emirates vai ser isolada.

"As empresas são diferentes e não acredito que tomem medidas como a que a Emirates tomou (...) é claro que esta empresa tem outro padrão de decisões rápidas e não está habituada a embarcar em "navios de rios a meter água nos porões," afirma.

Outra opinião optimista, é do empresário Carlos Cunha, que pensa que a mudança política vai mudar o cenário.

"Acredito que a mudança politica que vai ocorrer em Angola vai fazer renascer a confiança nos mercados financeiros; os anúncios de programas de combate a corrupção tem motivado o exterior, acredito que a partir de Janeiro do próximo ano vamos ter um país diferente," diz.

As eleições em Angola serão a 23 de Agosto.

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