Economistas consideram positivo o retorno da administração da Sonangol ao Iraque visando recuperar o investimento realizado em campos petrolíferos naquele país, mas advertem para os riscos económicos devido à situação de instabilidade política e militar na região.
A petrolífera estatal angolana divulgou um comunicado onde reitera o seu emprenho em recuperar os investimentos.
A petrolífera angolana detém a sul de Mossul, no Iraque, desde 2009 , os campos Qayyarah e Najmah, que voltaram ao controlo das autoridades iraquianas em finais de 2016, num investimento de mais de 347 milhões de dólares.
No seu relatório e contas de 2016, a administração da Sonangol admite a possibilidade de vir a retomar a operação nesses campos, que estiveram sob ocupação do Estado Islâmico, afirmando que a viabilidade financeira projectada sobre a mesma permitirá “assegurar a recuperabilidade dos investimentos efectuados nestes activos mineiros”.
O economista José Matuta Cuato compreende a intenção da petrolífera angolana no que toca ao aumento das rendas recebidas do exterior e do Produto Nacional Bruto (PB), mas admite que os riscos não devem ser descurados.
Por seu turno, o também economista João Maria Funzi Chimpolo entende que a intenção da Sonangol pode ser positiva, mas considera que até entrar em efeito haverá um longo caminho a percorrer porque, do ponto de vista económico, o retorno ao Iraque, a curto prazo, vai ser muito difícil.
A nota da Sonangol recorda que devido aos conflitos e a instabilidade política vividos na província de Nineveh, foi acordado, em 2015, pela Sonangol e pelo Governo do Iraque, “a dispensa no cumprimento das obrigações contratuais” previstas anteriormente “e, consequentemente, o encerramento dos campos de petróleo”.