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Qual é o impacto da crise económica na vida dos brasileiros?


Jailton C. Amaral trabalha como técnico de contabilidade na região metropolitana de João Pessoa, capital da Paraíba, Brasil.
Jailton C. Amaral trabalha como técnico de contabilidade na região metropolitana de João Pessoa, capital da Paraíba, Brasil.

Há alguns anos a economia brasileira estava crescendo. Foi em 2010 que o Brasil teve o maior aumento do seu produto interno bruto (PIB) em 20 anos, 7,5%.

No entanto, tudo mudou em meados de 2014 quando uma forte crise económica abalou a economia. No ano passsado registou-se a segunda retração anual consecutiva, 3,6%. Mas qual foi o impacto desses números na vida dos brasileiros?

Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego em 2010 foi 7,4%, e em 2017 subiu para 13% no trimestre encerrado em Junho.

Jailton C. Amaral, que mora em Santa Rita na Paraíba, trabalha como técnico de contabilidade há 25 anos e comentou como a crise económica tem afectado o seu estado e a cidade onde mora.

De acordo com ele, há cerca de 220 mil desempregrados na Paraíba.

“Eu trabalho na área de contabilidade com empresas e para nós é um sufoco verificar que devido a esse PIB negativo, esse arrocho económico que nós estamos vivendo no Brasil nesses últimos anos, muitas fábricas estão fechando, e com isso mais pessoas estão desempregadas”.

Foi em 2016 que o comércio varejista brasileiro teve o pior ano da sua história. O sector bateu recordes de fechamento de lojas, de demissões, e de queda nas vendas.

Segundo um estudo da Confederação Nacional do Comércio (CNC), 108,7 mil lojas encerraram as actividades no ano passado e 182 mil trabalhadores foram demitidos. Foram superados os resultados negativos de 2015, tanto na quantidade de lojas desativadas como em vagas fechadas.

A situação é dramática e preocupante, e Amaral chama a atenção para outras consequências da crise. Como o Governo não arrecada o suficiente, não pode repassar o dinheiro necessário para os estados e os municípios.

“Estamos sofrendo com a falta de segurança, educação, moradia, e assim por diante”.

Amaral lembra que os vencedores para presidentes de câmaras (prefeitos) nas eleições de 2016 no Brasil começaram o mandato de quatro anos em Janeiro deste ano. Para ilustrar a situação precária em que a cidade se encontra, ele cita o que o presidente da câmara da cidade de Santa Rita, Dr. Emerson Panta, falou quando iniciou o seu mandato.

“Ele disse que só tem condição de fazer duas coisas: pagar o salário dos funcionários públicos, 60% da folha, e pagar pela coleta urbana de lixo da cidade.”

Para Amaral, a perspectiva é a pior possível. “Estamos vivendo um verdadeiro caos. Nunca imaginei que com 43 anos de idade veria uma crise com uma proporção dessa, que afecta todos os estados do Brasil”.

Mas parece que uma luz no fim do túnel está surgindo para os brasileiros. Recentemente a economia começou a dar sinais de recuperação. “Estamos construindo um caminho de um crescimento que vai perdurar pelos próximos anos”, disse o ministro da Fazenda Henrique Meirelles.

Vai demorar algum tempo para que os brasileiros comecem a sentir qualquer melhora na economia.

Jailton C. Amaral diz que apesar do colapso económico é preciso esperar dias melhores. “Se não tivermos esperança de que as coisas vão melhorar vamos ficar em depressão. O que aconselho é que temos que ter um ponto fixo de que algum dia vamos ter uma melhora. Ninguém sabe quando, mas temos que ter esta perspectiva”.

Entrevista com Jailton C. Amaral
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