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Nyusi pede aos americanos para diversificarem o investimento em Moçambique


Filipe Nyusi e Rex Tillerson (Foto: cortesia Departamento de Estado)
Filipe Nyusi e Rex Tillerson (Foto: cortesia Departamento de Estado)

Apelo surge numa altura em que moçambicanos querem conhecer os resultados da auditoria às dívidas ocultas, que provocaram o distanciamento de doadores e investidores.

O presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, gostaria de ver o investimento americano a expandir para áreas como agricultura, indústria transformativa, transportes, serviços ou turismo.

Nyusi pede aos americanos para diversificarem o investimento em Moçambique
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Neste momento, o principal foco dos americanos em Moçambique é o sector de recursos minerais, concretamente na província de Cabo Delgado, onde foram, recentemente, descobertas importantes reservas de gás natural.

Falando em Washington, na quarta-feira, 14, na Cimeira de Negócios Estados Unidos-África, Nyusi destacou as potencialidades agrícolas de Moçambique e a existência de mercado seguro para os seus produtos.

Questionado sobre as barreiras que podem atrasar o investimento, Nyusi disse que há esforços estatais para ultrapassar desafios relativos à infraestruturas de transporte e energia.

Além de prometer a continuidade da simplificação de procedimentos legais para atrair os que querem fazer negócios em Moçambique, Nyusi concordou que é crucial que o governo adopte “boas politicas e maior transparência para que o investimento beneficie o cidadão”.

“Moçambique está de volta...”

Este convite e promessas de Nyusi surgem numa altura em que os moçambicanos querem conhecer os resultados da auditoria às dívidas ocultas, que colocaram o país numa severa crise financeira.

Após a descoberta da dívidas, os principais doadores e investidores distanciaram-se e condicionaram a continuidade do apoio aos resultados de uma auditoria independente.

O relatório elaborado pela companhia internacional Kroll foi já entregue, mas continua do domínio de alguns círculos diplomáticos e Procuradoria Geral da República.

Há uma crescente pressão para a sua publicação e consequente responsabilização dos que conduziram o país a uma dívida considerada ilegal na ordem de cerca de dois mil milhões de dólares americanos.

No encontro de Washington, Nyusi não falou especificamente da auditoria, preferindo generalizar as causas da crise e realçar a importância do apoio dos Estados Unidos.

“Nutrimos a esperança de que esta visita poderá contribuir para a superação dos desafios económico e de paz em Moçambique, que são entrave para o desenvolvimento”, disse.

Nyusi, que nesta deslocação encontrou-se com o Secretário de Estado, Rex Tillerson, afirmou que “Moçambique está de volta com um país de economia próspera (...) está a dar sinais de ultrapassar os obstáculos”.

O estadista moçambicano fez referencia ao que chamou de viragem positiva na relação com os Estados Unidos.

“Nos próximos anos, os Estados Unidos poderão se tornar no maior investidor singular de Moçambique”, disse.

E “o investimento americano poderá tornar o nosso país num dos maiores produtores de gás natural do mundo”.

Nyusi deixa os Estados Unidos hoje, 15. Cuba é a sua próxima escala no continente americano.

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