A saída de José Eduardo dos Santos da presidência do MPLA vai permitir saber se João Lourenço vai de facto dar um novo cariz à presidência do país, disse o analista político Mendes Alfredo.
Ele comentava a recente decisão do MPLA de eleger um novo líder em Setembro que se assume venha a ser o actual presidente da República João Lourenço.
Para Mendes Alfredo a decisão acaba com o debate sobre se deve ou não haver a “bicefalia” de poderes mas “há uma questão que não fica resolvida”.
“Quem será João Lourenço?”, interrogou o analista que recordou que inicialmente todos previam que o actual presidente da republica fosse a “continuidade” da governação de Eduardo dos Santos.
Contudo recordou que ao assumir a presidência Lourenço “tomou decisões que surpreenderam a todos e provavelmente teria feito mais o que não foi possível por não ser presidente do partido”.
Mendes Alfredo defendeu que o MPLA deveria ter ter “candidaturas abertas e múltiplas” à presidência.
“Quanto mais melhor”, afirmou.
Por seu turno o activista João Castro manifestou dúvidas que Eduardo dos Santos possa vir a ser julgado por alegados crimes de várias naturezas.
“Quem é que será o primeiro a atirar apedra contra Eduardo dos Santos?” interrogou o activista para quem “os erros de Eduardo dos Santos não foram só cometidos por ele” pelo que é “irresponsável” atribuir todos os erros ao antigo presidente da república.
Para além disso, o activista disse não acreditar que as acções “dos filhos sejam transportadas para o pai ou vice-versa”.
Para o sociólogo João Paulo Ganga o actual processo de mudanças dentro do MPLA revelou que o partido “tem mais traidores do que pessoas sérias”.
“Andavam todos a bajular, a endeusar (Eduardo dos Santos) e de repente já ninguém o quer”, disse João Paulo Ganga falando á TV Zimbo.
Para o sociólogo, Eduardo dos Santos “sai pela porta pequena” e sai “empurrado”.