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Manuel Chang continua a ser peça determinante no escândalo "dívidas ocultas"


Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique
Manuel Chang, antigo ministro das Finanças de Moçambique

Tribunal Superior de Gauteng, em Joanesburgo, decide na quarta-feira, 10, futuro do antigo ministro das Finanças

A menos de 24 horas do Tribunal Superior de Gauteng, em Joanesburgo, pronunciar-se sobre a contestação do Fórum para a Monitoria do Orçamento (FMO) à extradição do ex-ministro das Finanças Manuel Chang para Moçambique, analistas em Maputo dizem que em todos os processos em que o antigo governante tiver que ser ouvido, em Maputo ou em Nova Iorque, em presença, a qualidade de recolha dos elementos de prova será maior.

O antigo ministro moçambicano das Finanças é uma figura central no chamado escândalo das dívidas ocultas, tendo em conta a função que exercia à altura da montagem de toda a operação que mobilizou este endividamento.

"Manuel Chang é uma figura incontornável neste processo", diz o jurista José Machicame.

Por seu turno, o analista político Lucas Ubisse considera que neste momento já não é muito relevante a questão de se saber se Manuel Chang volta para Moçambique ou se vai para os Estados Unidos porque o importante é ele seja ouvido em presença. "Isso é que é importante para mim", realçou.

Entretanto, vários observadores da polícia moçambicana consideram bastante difícil fazer qualquer previsão relativamente àquilo que poderá ser a decisão do Tribunal Superior de Gauteng, mas o investigador do Centro de Integridade Pública, Borges Nhamirre, afirma que se Pretória decidir extraditar o antigo ministro para os Estados Unidos as relações com Maputo serão afectadas.

Manuel Chang foi detido na África do Sul em Dezembro de 2018 a pedido das autoridades norte-americanas que o acusam de crimes financeiros e subornos no esquema da contracção ilegal de uma dívida de 2,2 mil milhões de dólares.

Em causa, financiamentos a favor das empresas MAM, ProIndicus e EMATUM, sem o aval do parlamento moçambicano e do Tribunal Administrativo, entre 2013 e 2014.

As acusações remontam ao mandato do Presidente Armando Guebuza, no qual Manuel Chang foi ministro das Finanças entre 2005 e 2015.

Este é o maior escândalo financeiro de sempre na história da justiça moçambicana.

Neste momento, decorre em Maputo o julgamento de 19 arguidos pelo seu suposto envolvimento no escândalo e o processo contra Manuel Chang aberto pela Procuradoria-Geral da República é independente.

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