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Isabel dos Santos contra-ataca: São falsas e "politicamente motivadas" as acusações apresentadas em tribunal


Isabel dos Santos
Isabel dos Santos

A empresária e multimilionária angolana Isabel dos Santos negou veementemente os factos apresentados em tribunal que levaram ao congelamento das suas contas e património em Angola, afirmando que o processo teve motivações políticas e padece “de evidentes falsidades, imprecisões e omissões”.

Isabel dos Santos disse num comunicado que nunca foi notificada pela Procuradoria Geral da República ou citada pelo Tribunal Provincial de Luanda e interroga-se sobre a identidade e validade das testemunhas e documentos que o tribunal disse ter ouvido e consultado para tomar a sua decisão.

A identidade das testemunhas não foi revelada.

No que diz respeito às alegações a filha do ex- Presidente da República, José Eduardo dos Santos, começa por se referir ao investimento na companhia portuguesa GALP, feita através da companhia ESPERAZA Holding uma sociedade formada pela Sonangol e pela EXEM ENERGY pertença de Isabel dos Santos e seu marido Sindika Dokolo.

As autoridades angolanas disseram ao tribunal que “para a realização do capital social da sociedade ESPERAZA HOLDING a SONANGOL entrou com 100% do capital” correspondendo a cerca de 193,5 milhões de Euros.

Isabel dos Santos diz que a participação total na GALP pela Esperaza foi de 715 milhões de Euros e que 85% do investimento dessa companhia foi financiado por um conjunto de linhas de crédito bancário, sem garantias da Sonangol, nem garantias do petróleo, apenas com as acções como garantia”.

A empresária não aborda no entanto a alegação de que a Esperaza foi financiada totalmente com capital da Sonangol mas nega que a sua companhia a EXEM não tenha feito pagamentos à Sonangol como requerido.

As autoridades angolanas disseram que rejeitaram um pagamento em kwanzas exigindo o pagamento “na moeda convencionada”, mas Isabel dos Santos diz no seu comunicado que isso tinha sido acordado em 2017 pela Sonangol que se encontrava então “em situação financeira critica”.

A empresária diz ainda que o valor líquido da Esperaza ascende agora 1.600 milhões de euros e que já recebeu mais de 217 milhões de euros em dividendos pelo que “é por isso falsa a informação de que o investimento na Galp foi lesivo ao estado angolano”.

“Na realidade esta oportunidade de negócio proporcionada à Sonangol em 2005 é o investimento mais rentável na história da Sonangol”, disse Isabel dos Santos no seu comunicado.

No que diz respeito ao negócio de jóias em que o então Presidente Eduardo dos Santos terá dado instruções para a companhia estatal Sodiam se envolver na compra de uma empresa suíça e oferecer o negócio a Isabel dos Santos e ao seu marido, a empresária diz que nunca estabeleceu nenhuma parceria com a Sodiam “sendo qualquer prova em sentido contrário que possa ter sido apresentada ao tribunal falsa e forjada”.

Isabel dos Santos não aborda no entanto se o seu marido esteve ou não envolvido no negócio como alegado nos documentos do governo.

“É falsa a afirmação de que o Presidente José Eduardo dos Santos terá orientado a Sodiam para a venda de diamantes e preços inferiores aos praticados no mercado”, diz o comunicado da empresária que acrescenta serem ainda falsas as alegações de que várias companhias vendiam diamantes no exterior do país sem que o estado angolano fosse informado ou participasse nessas vendas.

Isabel dos Santos nega também ter tentado vender a sua participação na UNITEL a um cidadão árabe como se havia alegado.

Para Isabel dos Santos a Procuradoria “caso esteja de boa fé (deve) informar ao público o nome do cidadão árabe contactado e pormenores das datas de reunião e outras diligências realizadas”.

Isabel dos Santos disse ainda ser “falsa e forjada”a alegação que tenha ordenado uma transferência de uma conta do general Leopoldino do Nascimento para uma conta na Rússia “como é também falsa a afirmação da intervenção da polícia judiciária portuguesa” no caso.

“É também falsa e forjada a informação que Isabel dos Santos contactou as autoridades japonesas para realIzar um investimento de um bilião de dólares”, disse a empresária para quem é ainda “falsa a afirmação que está a ocultar o património obtido à custa do estado transferindo para outras entidades”.

“Não existe racional ou justificação para o valor apresentado no despacho sentença de 1.136.966.825,56 dólares valor no qual supostamente o estado foi lesado”, disse a empresária para quem a decisão do tribunal “é resultado de um julgamento de uma providência cautelar que ocorreu sem conhecimento das partes, de forma aparentemente arbitrária e politicamente motivado”.

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