A crise de combustíveis em Angola está a afectar o centro de hemodiálise em Benguela agudizando a falta de água já se fazia sentir no mesmo.
A sessão de tratamento de 76 pacientes no centro de hemodiálise do Hospital Municipal de Benguela arrancou com quatro horas de atraso nesta quarta-feira, 8, naquele que foi o momento mais crítico de quase sete meses de escassez de água, associado à crise dos combustíveis em Angola.
Tudo começou com a fraca pressão da água na rede pública a inviabilizar os três mil litros necessários de hora em hora.
O responsável do centro de hemodiálise de Benguela, Benjamim Kimaz, disse que o problema dos combustíveis dá lugar a uma situação insustentável.
‘’Nós gastamos mais do que é reposto e temos estado submetidos ao apoio de cisternas (camiões)”, disse afirmando que a falta de combustível levou á actual situação.
Os camiões cisterna usam bombas para encherem as cisternas e essas bombas funcionam também com gasóleo.
“O que podia acontecer é a deterioração do estado clínico dos doentes, mas vamos a tempo de suprir esta consequência’’, acrescentou
Essa é também a convicção do governador provincial de Benguela, Rui Falcão, que preferiu não falar em insuficiência, no termo de uma visita ao centro, mesmo com a direcção preocupada há já meio ano.
Falcão disse que o que se passou hoje foi um incidente isolado.
‘’Não confundamos a agulha com o palheiro. É um caso pontual, hoje terminámos as reservas, mas já estão repostas’’, assegurou .
À espera de reposição, mas de salários, a partir de Luanda, estão as várias dezenas de enfermeiros que se queixam de seis meses em atraso.