Os profissionais de enfermagem em Luanda denunciam que estão a ser pressionados pelos directores dos hospitais para voltarem a praticar actos médicos, em total violação ao decreto presidencial que estabelece os limites do exercício desta classe de profissionais em Angola.
Para falar sobre o assunto, o presidente da ordem dos enfermeiros, Paulo Luvuálo, o secretário geral adjunto dos sindicato dos enfermeiros, António Afonso Kileba e a directora provincial da saúde, Rosa Bessa.
Os profissionais de enfermagem reivindicam, desde o ano de 2012, o
pagamento dos serviços prestados nas unidades sanitárias, nas ausências dos médicos.
Apesar de ilegal, este compromiso é o resultado do memorando assinado entre as partes, que serviu para autorizar os enfermeiros a fazer consultas e a prescrever receitas médicas.
O memorando em referência assumia o pagamento de retroativos, de
subsídios de consulta e promoção nas carreiras, uma promessa que nunca
foi satisfeita.
Com a suspensão que está ser observada pelos enfermeiros, os
hospitais em Luanda estão a registar, nos últimos dias, muitas enchentes e as equipas médicas disponíveis não estão a ser capazes de suportar a demanda.
Sem garantir uma solução para este braço de ferro, o governo da provincia de Luanda anunciou, esta semana, o reforço de oitenta médicos e 25 licenciados em enfermagem, que começaram a ser distribuídos pelos hospitais da capital do pais.
António Afonso Kileba, secretário geral adjunto do sindicato dos enfermeiros, confirma que os seus filiados estão a ser coagidos a fazer consultas. A continuar este comportamento dos gestores dos hospistais, o sindicalista adverte, que depois das suspenção, o próximo passo pode ser a greve interpolada.