Esta quinta-feira o Quénia repete a eleição presidencial que tem sido marcada por confrontos entre a polícia e manifestantes, bem como assembleias de voto que não abriram em locais predominantemente da oposição.
Em Kisumu, um manifestante morreu baleado, segundo as agências de notícias Reuters e France Presse. O jornalista Mark Anderson, da The Africa Report, identificou a vítima como George Odhiambo, de 19 anos, e diz que ele foi morto pela polícia. Registaram-se também três feridos na cidade de Kisumu.
A polícia lançou gás lacrimogéneo contra manifestantes em Kibera, um bairro de lata nos arredores da capital Nairobi, quando eles tentavam criar barricadas em frente a uma assembleia de voto.
O jornalista Mark Anderson fotografou o corpo de George Odhiambo
A repetição das eleições acontece mais de dois meses depois do Presidente em funções, Uhuru Kenyatta, ter ganho as eleições de 8 de Agosto, que foram invalidadas pelo Tribunal Supremo do Quénia, devido a “irregularidades e ilegalidades” da Comissão Nacional Eleitoral, conhecida pela sigla IEBC.
Desde a decisão do Tribunal Supremo, o ambiente político no Quénia tem sido de grande tensão, com o principal líder da oposição Raila Odinga a dizer que não concorre na repetição das eleições, por considerar que o IEBC não melhorou o processo.
Odinga tem apelado nos últimos dias ao boicote às eleições, tendo-se gerado o caos no país.
O líder da Super Aliança Nacional (NASA) disse em comunicado que a sua coligação vai transformar-se em movimento de resistência contra as eleições.
De recordar que há umas semanas, Roselyn Akombe, membro da comissão eleitoral, resignou e fugiu do país, alegando que a comissão está cercada e intimidada politicamente.