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"Destruímos a mentalidade do declínio americano", Donald Trump no discurso do Estado da União


O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump disse na terça-feira, 4, à noite que nos três anos da sua Presidência o seu Governo “destruiu a mentalidade de um declínio americano e rejeitámos a diminuição do destino da América”.

Trump ignora impugnação fala sobre os seus sucessos - 3:55
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“Estamos a avançar a um ritmo que não se podia imaginar há pouco tempo e nunca voltaremos atrás”, disse o Presidente que acrescentou que o seu executivo está a “construir a sociedade mais próspera e inclusiva do mundo, uma sociedade em que cada cidadão pode-se juntar ao sucesso sem paralelo da América e onde todas as comunidades podem participar no crescimento extraordinário da América”.

O Presidente, falando no seu terceiro discurso do estado da União, aproveitou a ocasião para celebrar os sucessos económicos da sua administração sublinhando que desde que assumiu a presidência 3,5 milhões de americanos juntaram-se à força de trabalho do país enquanto “nos oito anos da administração anterior mais de 300.000 pessoas em idade de trabalho abandonaram a força de trabalho”.

Trump disse que desde que assumiu a Presidência foram criados 7.000.000 de novos postos de trabalho sublinhando que o nível de desemprego é o mais baixos dos últimos 50 anos.

O número de desempregados entre as minorias raciais é o menor de sempre, disse o presidente que sublinhou também o aumento dos rendimentos das classes mais baixas do país.

“Isto é um boom económico da classe trabalhadora”, disse o Presidente perante os aplausos dos republicanos sublinhando em seguida os ganhos nas bolsas de valores algo que, segundo disse, os outros países admiram.

À sombra da impugnação

O Presidente falou poucas horas antes do Senado se reunir para votar sobre o processo de impugnação aprovado pelo Câmara dos Representantes há sete semanas atrás e em cuja sala ele falou à nação.

É agora uma certeza que o Senado, controlado pelo partido Republicano deverá absolver o presidente das acusações de abuso de poder e obstrução à investigação aprovadas pela maioria democrata na Câmara dos Representantes.

Como presidente da Câmara a democrata Nancy Pelosi que foi uma figura proeminente em iniciar a investigação contra Donald Trump estava sentada atrás do presidente que ao longo dos últimos meses a tem asperamente criticado em tweets. O Presidente entregou-lhe uma cópia do seu discurso antes de começar a falar mas ignorou uma tentativa de aperto de mão feita por Pelosi e pouco depois os republicanos entoaram repetidamente “mais quatro anos”.

Quando o discurso terminou Nancy Pelosi rasgou propositadamente em vista das câmaras de televisão o discurso do Presidente.

Esta não foi contudo a primeira vez que um Presidente fez o discurso sobre o Estado da União com a possibilidade de ser impugnado. Em 1999 o Presidente Clinton fez o seu discurso quando o Senado discutia a sua possível impugnação algo a que ele não se referiu no seu discurso.

Conselheiros do presidente Trump tinham-no exortado a seguir esse exemplo ignorando o processo de impugnação e concentrando-se na economia algo que ele fez sublinhando novos acordos comerciais com o Canadá, Mexico e China.

“Estamos a restaurar o poder de manufacturação da nossa nação embora houvesse previsões a afirmar que isso nunca poderia ser feito”, disse o Presidente.

“Depois de perdermos 60.000 fábricas nas duas administrações anteriores, a América ganhou agora 12.000 novas fábricas durante a minha administração”, acrescentou.

“As companhias já não estão a sair, estão a voltar para os Estados Unidos”, disse ainda o presidente que tornou claro que se opõe a um sistema estatal de assistência médica para todos.

“Não deixaremos que o socialismo destrua os cuidados de saúde americanos”, disse o presidente que foi ovacionado várias vezes de pé pelos republicanos enquanto democratas se mantiveram sentados sem aplaudir.

Uma das poucas vezes em que os democratas aplaudiram de pé foi quando o Presidente se referiu à reforma do sistema judicial aprovada pelas duas Câmaras do Congresso.

Imigração ilegal

O Presidente defendeu a sua politica de combate à imigração ilegal acusando legisladores que querem fornecer assistência médica a imigrantes ilegais de quererem levar o país à falência.

O Presidente criticou também asperamente cidades e estados que se recusam a cooperar com os serviços federais de imigração na captura e expulsão de imigrantes ilegais detalhando casos em que isso levou a crimes cometidos por imigrantes ilegais presos e depois soltos em vez de serem entregues aos serviços de imigração.

O Presidente disse que o ano passado tinham sido presos 120.000 estrangeiros acusados de diversos crimes, incluindo 2.000 assassinatos

Acabar com as guerras da América no Médio Oriente

O presidente fez também referência ás forças armadas sublinhando as centenas de milhares de milhões de dólares investidos nas forças armadas para defender a segurança nacional.

O presidente fez notar a sua decisão de criar uma Força Espacial, um novo ramo das forças armadas americanas.

"Ao mesmo tempo que defendemos as vidas americanas estamos a trabalhar para acabar com as guerras da América no Médio Oriente”, disse o Presidente que disse foi feito progresso em negociações no Afeganistão.

“Estamos a trabalhar para finalmente terminar a guerra mais longa da América e trazer as nossas tropas para casa”, disse o presidente.

O Presidente defendeu a decisão de assassinar o chefe das forças para militares do Irão Qassem Soleimani que descreveu como “o maior terrorista do mundo que orquestrou a morte de um número sem conta de homens, mulheres e crianças”.

“A nossa mensagem para os terroristas é clara: Nunca escaparão da justiça americana. Se atacarem os nossos cidadãos perdem a vossa vida”, acrescentou.

Entre os convidados ao discurso do presidente Trump estava o líder da oposição da Venezuela, Juan Guaidó, reconhecido por mais de 60 países, incluindo os Estados Unidos como o presidente legitimo do seu país que o presidente descreveu como “o verdadeiro e legítimo presidente da Venezuela”.

Trump descreveu o actual dirigente Nicolas Maduro como “um governante ilegítimo um tirano que brutaliza o seu povo”.

O presidente terminou o seu discurso numa tom de optimismo afirmando que a “era da América, a épica americana, a aventura americana, só agora começou”.

“O nosso espirito é ainda jovem; o sol ainda está a nascer; a graça de Deus ainda brilha e caros co-cidadãos americanos, o melhor ainda está para vir”, disse o presidente

Pelo menos oito congressistas do partido democrata boicotaram a sessão em protesto contra a “conduta ilegal e subversão da constituição” por parte do Presidente.

Por outro lado as mulheres deputadas do mesmo partido estavam todas vestidas de branco para protestar contra o disseram ser políticas “imorais e misóginas” do governo de Trump.

A resposta dos democratas

Os democratas responderam ao discurso de Donald Trump quase sem mencionar a questão da impugnaçao que nas últimas semanas tem sido o principal foco de atenção do partido.

A governadora do estado de Michigan Gretchen Whitmer acusou os Republicanos de nada fazerem pelos cidadãos que lutam por pagar contas médicas, empréstimos estudantis e medicamentos.

A governadora disse que por isso é irrelevante falar-se de aumentos nas bolsas de valor.

"Não interessa o que o presidente diz sobre as bolsas de valor. O que importa é que milhões de pessoas lutam por sobreviver ou não têm dinheiro suficiente no fim do mês depois de pgarem pelo transporte, emprestimos estudantis ou medicamentos", disse a governadora na resposta oficial ao discurso do presidente

“Os trabalhadores americanos estão em dificuldades ... em todo o país. Os salarios estagnaram e o pagametno dos directores executivos subiram astronomicamente", disse a governadora

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