O advogado e deputado da União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), terceiro partido no Parlamento, Amadeu Oliveira, que se encontra preso e acusado de dois crimes por facilitar a saída para o estrangeiro de um constituinte seu que estava em prisão domiciliária, encontra-se estável no Hospital Baptista de Sousa (HBS), na ilha de São Vicente, para onde foi levado de urgência na sexta-feira, 17.
“Ele foi submetido pelos médicos a uma bateria de exames, mas se encontra estável”, disse o presidente da UCID à agência de notícias cabo-verdiana, Inforpress, adiantando que não o viu, mas que recebeu informações dos médicos.
António Monteiro concluiu que Oliveira está ainda em observação.
O deputado e advogado, que também responde por alegados crimes de atentado ao Estado do Direito e ofensas a juízes do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), voltou a apresentar sintomas de uma pneumonia, que, segundo Monteiro, terá contraído quando esteve detido na prisão da capital, Praia.
Amadeu Oliveira está em prisão preventiva desde 20 de Julho quando o Tribunal de Relação de Barlavento aceitou a denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) que o acusa de um crime à pessoa colectiva e duas de ofensa contra o Estado de Direito.
Em causa, o facto de, como revelou o próprio deputado e advogado, ter ajudado a sair do país o imigrante na França, Arlindo Teixeira, a 27 de Junho, que se encontrava em prisão domiciliária, à espera de um recurso num caso em que foi considerado culpado pelo assassinato de um homem.
Ambos disseram que os juízes violaram todas as leis do país.
Na quinta-feira, 16, o presidente da UCID pediu ao Presidente da República, num encontro com Jorge Carlos Fonseca, que exerça a sua “magistratura de influência, junto da justiça por considerar que viola a Constituição da República ao manter o deputado e advogado preso por mais de 70 dias.
António Monteiro também revelou que Amadeu Oliveira será ouvido no próximo dia 29 pelo procurador do Tribunal da Relação do Barlavento, em São Vicente.