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Indonésia: Violência religiosa põe em causa democracia


Indonésia: Violência religiosa põe em causa democracia
Indonésia: Violência religiosa põe em causa democracia

Na Indonésia a violência de índole religiosa tem vindo a aumentar nos últimos anos e o recente ataque contra a seita Ahmadiyah chamou ainda mais as atenções para o problema.

Na Indonésia a violência de índole religiosa tem vindo a aumentar nos últimos anos e o recente ataque contra a seita Ahmadiyah chamou ainda mais as atenções para o problema.

Nesse incidente, mais de mil homens muçulmanos atacaram brutalmente duas dezenas de elementos daquela seita.

Cresce entretanto a preocupação de que a intolerância religiosa possa por em causa a estabilidade e a democracia na Indonésia.

Nos últimos anos tem-se assistido a um crescendo dos ataques contra minorias religiosas. Segundo o Instituto Setara, uma organização não-governamental apostada na defesa da liberdade religiosa, os ataques contra a seita Ahmadiyah passaram de 3 em 2006 a 50 no ano passado.

Verificou-se também um aumento dos actos de violência contra grupos cristãos. Em 2010 manifestações de grupos muçulmanos opondo-se à construção de uma igreja no bairro de Bekasi em Jakarta , degeneraram em violência e dois padres foram esfaqueados.

Recentemente grupos muçulmanos destruíram duas igrejas na zona central de Java.
Organizações de defesa dos direitos humanos têm vindo a apelar ao governo para que faça mais no sentido de proteger os direitos da minoria na Indonésia, um país com mais de 200 milhões de muçulmanos.

Apesar do governo secular indonésio permitir outras religiões, igrejas cristãs afirmam que as suas actividades são muitas vezes restringidas por regulamentações que tornam impossível a construção de novas igrejas e a livre prática das suas fés.
Muitos muçulmanos indonésios consideram os seguidores da Ahmadiyah como sendo heréticos visto não acreditarem que Maomé foi o último profeta.

Segundo o activista dos direitos humanos, Andreas Harsono, essa atitude assim como a decisão do governo em 2008 proibindo a seita de atrair novos fiéis vem legitimar os ataques contra o grupo: “ desde o momento em que discriminamos uma minoria, abrem-se as portas da violência contra essa minoria”.

Por outro lado, segundo Sunny Tanuwidjaja, um analista politico dos centro de estudos estratégicos de Jakarta, o aumento da violência religiosa pode mesmo constituir uma ameaça à democracia indionésia: “ se permitirmos que isto floresça, a longo prazo tornar-se-á numa ameaça à segurança e numa ameaça política que poderá desestabilizar a região.”

Aquele analista comparou mesmo a ameaça ao terrorismo. Mas apesar de tudo o governo indonésio continua adoptar uma posição firme para desmantelar grupos terroristas islâmicos. A polícia deteve ou abateu centenas de suspeitos e Abu Bakar Bashir, um clérigo radical acusado de envolvimento nos atentados bombistas de 2002 em Bali, encontra-se actualmente a ser julgado pela terceira vez.

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