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Governador de Luanda quer acabar com "zungueiras"


Bento Bento afirma que a retirar vendedores ambulantes das ruas faz parte das suas tarefas imediatas e visa melhorar a gestão dos centros urbanos.

O governador provincial da Luanda, Bento Sebastião Francisco Bento, afirmou que a proibição da venda ambulante em Luanda é uma das medidas consideradas urgentes e que deverá ser tomada nos próximos dias.

Analistas apelam no entanto à observância dos factores causadores do fenómeno e dos efeitos secundários que podem advir desta medida.

Segundo Bento Bento a medida faz parte das tarefas imediatas do executivo provincial e visa melhorar a gestão dos centros urbanos e estancar a actividade comercial nas artérias de Luanda.

Para o efeito o governador explicou que os vendedores serão cadastrados e devidamente identificados. Mais mercados também serão construídos.
Bento Bento fez este anúncio quando da apresentação dos membros do executivo da província de Luanda.

Os principais afectados por esta decisão do governo provincial já começaram a pronunciar-se sobre o assunto. Em entrevista à Voz da América em Luanda, alguns comerciantes ambulantes, vulgo “zungueiros”, reconhecem que a prática desta actividade não contribui para uma boa imagem da capital, por isso se mostraram disponíveis em futuramente acatarem a decisão.

Mas, a maioria dos vendedores ambulante estão desempregados e é desta prática que provém o sustento das suas famílias. Por isso advertem que só aceitarão deixar as ruas caso lhes seja apresentado um lugar melhor que lhes garanta o sustento.

Para o sociólogo e docente universitário Pedro Maria a medida é bem vinda na medida em que a venda ambulante típica da cidade de Luanda descaracteriza o aspecto de urbe, mas entende que antes das medidas administrativas é importante ter-se em conta algumas componentes sociológicas sobretudo no que toca às causas do problema.

O académico explica por outro lado que o comércio informal nas avenidas da capital angolana revela em parte a excessiva concentração de pessoas e da economia do país apenas em Luanda.

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A construção de mais mercados bem como a organização e formalização da actividade mercantil na província são apontadas como possíveis soluções para se minimizar o comércio informal em Luanda cujo fim, na visão do sociólogo e docente universitário Isaac Neto, ainda está bastante longe.

Mais do que um problema social a venda ambulante é também um claro indicador de pobreza, quem assim defende é o gestor do sector de governação urbana da “Devllopment Workshop, Will Piassa.
Para este analista a prática desta actividade em Angola revela por outro lado a fraca oportunidade de emprego para as populações do país.

Se para uns o problema da venda ambulante é um indicador da alta taxa de desemprego em Angola, para o economista Josué Chilundulo, o problema é conjuntural desde o baixo nível de escolaridade da população, a precariedade dos salários face ao nível de vida.

Para o docente universitário acabar com a venda ambulante em Luanda, mais do que ser uma medida política e administrativa, pressupõe tomar medidas sustentáveis e atacar o problema a partir da raiz.

O sociólogo Pedro Maria diz que para que a medida do executivo da província de Luanda seja eficaz é importante a criação de mais postos de emprego, emprego este que garanta uma remuneração aceitável face ao nível de vida na capital angolana.

O docente universitário entende que o executivo deve promover variados tipos de empregos para a juventude, mas para vencer este problema, diz o académico, é importante que sejam atacadas as causas e não os efeitos.
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