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Angola: Hospital Municipal de Malanje na penúria


A única ambulância que serve o Hospital de Malanje
A única ambulância que serve o Hospital de Malanje

O Hospital Municipal de Malanje debate-se com a falta de um orçamento próprio para realizar algumas operações de uso corrente, desde a reparação dos veículos à pintura do edifício.

O Hospital Municipal de Malanje debate-se com a falta de um orçamento próprio para realizar algumas operações de uso corrente, desde a reparação dos veículos à pintura do edifício.

Os quatros médicos de nacionalidade cubana, das quais uma Obstetra, há uma semana chegam atrasados para as consultas. A única viatura avariou e a unidade não possui sequer um kwanza para agilizar o problema, que afecta outras duas.

Hospital Municipal de Malanje
Hospital Municipal de Malanje

Com uma média diária de 140 consultas, o director de enfermagem do Hospital Municipal de Malanje, Lulenga André está preocupado com a situação que afecta a dimensão do estabelecimento de referência:

“Há dificuldades sobre os quartos de banho, estão entupidas as fossas, temos problemas dos veículos que transportam os médicos, temos problema da ambulância que também está avariada, temos problema também da estrada, a estrada não está boa, está esburacada, muita poeira... temos a secção de Raios-X, até aqui não funciona, nós precisamos uma área de Imagiologia que pode funcionar e também falta a hemoterapia porque tem tido casos de anemia que nós podemos conseguir superar, mas às vezes não dá tempo, temos que transferir para o Hospital Geral de Malanje”.

A inoperância dos quartos de banho alterou a actividade das áreas de internamento e da maternidade.

Aspecto parcial da casa de banho do Hospital
Aspecto parcial da casa de banho do Hospital

Maria de Lurdes Aguiar viveu os cinco dias de sofrimento sem casas de banho, acordando de manhã cedo, “graças a Deus se fosse para defecar eu ia a casa de banho da Maternidade, agora para tomar banho, tomávamos banho lá atrás, muito cedo.

Eu acho a aquém de direito, é um hospital de referência e no bairro em que se encontra, com essa população estimada não sei de quantos mil habitantes e com a Comarca aqui próximo, que reabilitassem as casas de banho”.

Na Maternidade que recebeu duas bebés, a parteira chefe Rosa Alves tomou as devidas providências:

“Temos o problema do saneamento básico, principalmente das casas de banho, quase não funcionam, estão entupidas e não temos formas de como fazermos para podermos sanear este problema, nós temos orientado as parturientes a trazerem baldes e bacios para poderem usarem aqui, enquanto estiverem aqui”.

As patologias frequentes reduziram em relação ao ano transacto, num horizonte de 5987 consultas de malária grave e não grave, doenças diarreicas e respiratórias agudas, infecções urinárias, entre outras:

Sala de raios X não tem equipamento
Sala de raios X não tem equipamento

“Neste primeiro trimestre, malária não grave foram 1.246 casos, DRA 1027 casos, DDA 452 casos, outras doenças 212 casos. As infecções urinárias 166 casos e na malária grave tivemos 44 casos”.

O Hospital Municipal de Malanje tem capacidade para internar 30 pacientes e conta actualmente com três médicos de medicina geral, dos quais um nacional, dois médicos especializados, enfermeira superior Obstetra, 27 enfermeiros auxiliares, 22 técnicos médios, 17 gerais, cinco graduados, das quais duas parteiras, com a equipa de apoio perfazendo um total de 90 trabalhadores.

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