Em mensagem de Natal, Papa Francisco diz que Médio Oriente precisa de solução de dois estados

Papa Francisco (no centro), 25 de Dezembro, 2017

Rezemos para que a vontade de retomar o diálogo prevaleça entre as partes e que uma solução negociada possa finalmente ser alcançada, Papa Francisco.

O Papa Francisco usou a sua mensagem de Natal nesta segunda-feira, 25, para pedir que uma solução negociada de dois Estados encerre o conflito entre Israel e Palestina, reporta a Reuters.

Esta mensagem do líder da Igreja Católica é feita após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter reconhecido Jerusalém como capital de Israel.

Francisco falou do conflito no Médio Oriente e outros pontos de destaque mundiais na sua mensagem “Urbi et Orbi” (para a cidade e o mundo), quatro dias depois de mais de 120 países apoiarem uma resolução da ONU pedindo aos Estados Unidos que revertam sua decisão sobre Jerusalém.

“Rezemos para que a vontade de retomar o diálogo prevaleça entre as partes e que uma solução negociada possa finalmente ser alcançada, uma que permita a coexistência pacífica de dois Estados dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”, disse ele, referindo-se a israelitas e palestinianos.

“Vemos Jesus nas crianças do Médio Oriente que continuam sofrendo por conta das tensões crescentes entre israelitas e palestinianos, disse ele em seu discurso, feito do balcão da Basílica de São Pedro a dezenas de milhares de pessoas.

Foi a segunda vez que o papa falou publicamente sobre Jerusalém desde a decisão de Trump a 6 de dezembro. No mesmo dia, Francisco pediu que o “status quo” da cidade fosse respeitado, uma vez que novas tensões no Médio Oriente inflamariam ainda mais os conflitos mundiais.

Os palestinianos querem o leste de Jerusalém como capital do seu futuro Estado independente, enquanto Israel declarou toda a cidade como sua “eterna e indivisível” capital.

Francisco, líder de 1,2 mil milhões de católicos romanos do mundo, pediu que as pessoas vissem o indefeso bebé Jesus nas crianças que mais sofrem com a guerra, a imigração e os desastres naturais causados pelo homem hoje.

“Hoje, enquanto os ventos da guerra estão soprando no nosso mundo... o Natal nos convida a focar no sinal da criança e reconhecê-lo nos rostos das crianças, especialmente aqueles para quem, como Jesus, não há lugar na pousada”, disse ele.