Líbia: Rebeldes impõem condições para o cessar-fogo

Líbia: Rebeldes impõem condições para o cessar-fogo

Coronel Kadhafi procura saída diplomática ao despachar um enviado à Londres

Na Líbia um membro da oposição disse que as forças rebeldes estão disponíveis a aceitar um cessar-fogo se o Coronel Kadhafi puser fim aos cercos militares e permitir a organização de protestos anti-governamentais.

O porta-voz da oposição Mustafa Abdul-Jalil falava hoje em Benghazi ao lado do enviado das Nações Unidas Abdelilah Al-Khatib que procura uma solução política ao conflito.

A proposta de cessar-fogo das forças rebeldes líbias acontece numa altura em que a imprensa reporta que um enviado do Coronel Muammar Kadhafi chegou a Londres para consultas com o governo britânico.

As notícias referem que Mohammed Ismail, é conselheiro do filho do presidente líbio, Saif al-Islam.

Um porta-voz do ministério dos negócios estrangeiros inglês disse ao jornal The Guardian que uma mensagem clara foi transmitida da parte do governo britânico de que o presidente Kadhafi deve abandonar o poder. O responsável inglês recusou-se entretanto a dar mais pormenores sobre os contactos entre o enviado líbio e o governo britânico.

O recurso a diplomacia por parte do Coronel Kadhafi ganhou relevo depois de deserções de duas importantes figuras do seu governo. Depois da resignação na Quarta-feira do ministro dos negócios estrangeiros Moussa Koussa, ontem foi a vez de Ali Abdessalam Treki antigo chefe da diplomacia líbia e presidente da Assembleia-geral das Nações Unidas, abandonar o governo, afirmando que os líbios tem o direito de viver em liberdade, democracia e prosperidade.

O ministro dos negócios estrangeiros alemão disse hoje que a situação na Líbia não deve ser resolvida pela via militar após um encontro em Pequim com o seu homólogo chinês Yang Jiechi. Guido Westerwelle sublinhou que a crise só pode ser solucionada por via política e apelou as partes em conflito a darem o início ao processo político através do cessar-fogo.

O chefe da diplomacia chinesa, Yang Jiechi apoiou por seu lado a solução por via diplomática. A China e Alemanha abstiveram-se na votação do Conselho de Segurança das Nações Unidas que impôs a exclusão aérea na Líbia para proteger a população civil de ataques aéreos.

Ontem a NATO que assumiu as operações da coligação internacional já alertou as forças rebeldes de que serão igualmente alvos de bombardeamentos da Aliança no caso de atacarem os civis.