Ex-presidente das Filipinas em tribunal por fraude eleitoral

Antiga presidente das Filipinas, Glória Arroyo que segundo o ministério da justiça, responde por duas acusações de fraude eleitoral e três de desvio de fundos

Gloria Arroyo declara-se inocente das acusações de fraude e desvio de fundos a favor dos seus aliados políticos

Nas Filipinas a antiga presidente Gloria Arroyo declarou-se inocente no seu julgamento por fraude eleitoral.

Simone Orendain da VOA em Manila reporta os sucessos do governo filipino na luta contra a corrupção, em que algumas pessoas consideram de históricos.

Gloria Arroyo compareceu ao tribunal da zona de Manila numa furgoneta colorida acompanhado de um forte dispositivo de segurança policial.

A polícia procurava manter os jornalistas ao largo enquanto multidões de fotógrafos avançavam para fotografar a expressão sorridente da Senhora Arroyo. Desde a sua detenção, a antiga presidente encontra-se encarcerada numa hospital militar com problemas na coluna vertebral. Já no tribunal e perante os juízes, Gloria Arroyo declarou-se “inocente” quando interrogada por um por um dos juízes sob os feitos descritos na acusação.

O advogado do seu marido, Ferdinand Topacio assistiu a sessão, e diz que o andamento desse processo tem sido favorável a acusada.

“Estamos muito esperançosos. Este é o primeiro passo para a absolvição…

Ferdinand Topacio adianta que doravante com a formulação da acusação o processo vai poder continuar sem a fixação de um prazo.

A Comissão Eleitoral das Filipinas acusa a presidente Gloria Arroyo de corrupção ao ajudar seus aliados políticos no Congresso a ganharem as eleições em 2007. Segundo ainda o órgão eleitoral os 12 candidatos apoiados por Arroyo na altura nas eleições senatoriais ganharam sem dificuldades os escrutínios na ilha de Mindanao.

Além da antiga presidente, um responsável eleitoral e antigo governador da província de Maguindanao, Andal Ampatuan também é acusado de ter ajudado na falsificação de votos que permitiram a vitória dos concorrentes. Ampatuan encontra-se preso numa cadeia de Manila depois de acuado de autoria de um massacre em Maguindanao no qual morreram pelo menos 57 pessoas em Novembro de 2010.

O presidente Benigno Aquino o sucessor de Gloria Arroyo, fez do combate a corrupção a sua prioridade de governo. Num comunicado, o porta-voz da presidência Edwin Lacierda disse que com a formulação da acusação no processo da antiga presidente, o governo está prestes a por fim ao que chama de “muitas controvérsias que têm marcado o país desde a administração de Gloria Arroyo.”

“Neste momento de avaliação cabe a todos nós manter-se vigilantes e seguir o desenrolar desse processo. Devemo-nos manter atentos para compreender como no passado houve pessoas que criaram subterfúgios e meios para evitar esse julgamento. Ninguém escapará, vão ter que prestar contas.”

O ministério filipino da justiça anunciou que existem dois casos de queixas de sabotagens eleitorais e três de desvios de fundos contra a antiga presidente Glória Arroyo.

A condenação de Arroyo será vista como uma vitória para o governo do presidente Aquino que procura melhorar a imagem do país diante das companhias multinacionais que afirmam que a corrupção é um dos maiores problemas no entrave de investimentos estrangeiros.