O Governo da Venezuela informou nesta quarta-feira, 26, que vai se retirar da Organização dos Estados Americanos (OEA), aprofundando o afastamento diplomático do país socialista, que já está isolado com a mudança politica no Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e Uruguay.
Os críticos do Presidente Nicolás Maduro afirmam que a Venezuela pode ser expulsa do grupo, acusando o seu Governo de minar a democracia ao adiar eleições e se recusar a respeitar o Congresso liderado pela oposição.
O Executivo de Caracas disse que a decisão de deixar a OEA foi uma resposta a uma campanha apoiada pelos Estados Unidos contra o Partido Socialista que visa esmagar a soberania do país sul-americano, principal adversário ideológico dos EUA na região.
"Amanhã, como ordenou o Presidente Nicolás Maduro, vamos apresentar uma carta de renúncia à Organização dos Estados Americanos, e vamos iniciar um procedimento que levará 24 meses", disse a ministra das Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, numa declaração transmitida pela televisão.
O anúncio ocorre depois que a OEA concordou, nesta quarta-feira, em realizar uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros para discutir a situação na Venezuela.
Maduro havia alertado na terça-feira que a Venezuela deixaria o grupo se a reunião fosse convocada.
A decisão amplia a caminhada da Venezuela para os limites da diplomacia internacional.
Mas a influência limitada da OEA significa que a saída terá poucas implicações económicas para a nação da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que já está sofrendo com uma inflação de três dígitos, escassez crónica de produtos e uma recessão paralisante.
A OEA, uma vez dominada por influentes governos de esquerda de países como a Argentina e o Brasil, enfrenta há meses com a Venezuela.
Mudanças recentes nos governos de ambos os países colocaram no poder líderes abertamente hostis a Maduro.
O chefe da OEA, Luis Almagro, já disse que a Venezuela deveria ser suspensa se não realizasse eleições gerais "o mais rapidamente possível".