JOANESBURGO —
Teve início na África do Sul um inquérito oficial à greve nas minas de Marikana, em que a polícia abateu a tiro dezenas de mineiros. As famílias das vítimas foram convidadas a prestar os seus testemunhos numa audição na semana passada, mas não o fizeram por não terem sido notificadas a tempo. O inquérito foi adiado pelo juíz e activistas dos direitos humanos lamentam que as coisas tenham começado mal.
A missão principal da comissão de inquérito é investigar a morte de dezenas de pessoas durante seis semanas de greve na mina de urânio de Lotmin, em Marikana.
No mais grave incidente, a polícia disparou sobre os grevistas matando 34 pessoas no dia 16 de Agosto no que foi descrito como um massacre. A polícia disse que agiu em legítima defesa.
A greve terminou e os trabalhadores conseguiram o seu aumento salarial de 22 por cento. Mas no fim da greve também havia 44 mortos… 78 feridos… e 270 mineiros presos. As famílias dos mineiros mortos foram convocadas para depor como testemunhas na quarta-feira da semana passada, mas não chegaram a ser ouvidas.
Não compareceram porque, segundo os sindicatos das minas, não foram convocadas a tempo de se deslocarem das suas residências rurais à cidade de Rustenburg.
Jimmy Gama, da Associação dos Mineiros e Trabalhadores da Construção, disse que o presidente da comissão – o juíz aposentado Ian Farlam – adiou os trabalhos até que as famílias possam ser devidamente notificadas.
“A comissão foi adiada até 22 de Outubro, para permitir a presença das famílias dos mineiros falecidos e, também, para dar tempo às partes de prepararem os documentos e informação que precisem de apresentar”, disse Gama.
O activista Rehad Desai líder da Campanha de Solidariedade de Marikana expressou a sus frustração com o arranque lento dos trabalhos da comissão, descrevendo o atraso como “uma desgraça". Lembrou que não foram apresentadas quase nenhumas provas perante a comissão, como solicitado. "Foi-nos dito que os relatórios de balística só estarão prontos no fim do mês, assim como uma lista imensa de coisas”, desabafou.
Desai diz que apenas um familiar das vítimas compareceu à primeira audição, mas ninguém a recebeu e ela acabou por ficar sentada cá fora sem nada para fazer. Isso, diz o activista, é uma vergonha, porque as pessoas precisam de saber o que se passou.
Os membros da comissão já visitaram Marikana, cenário dos confrontos, localizado a 100 quilómetros de Joanesburgo. Durante a visita deslocaram-se aos musseques onde os mineiros vivem, às hospedarias onde dormem sete no mesmo quarto, e ao hospital onda as vítimas receberam assistência.
Visitaram, também, o campo coberto de pedras onde muitos morreram: os 34 mineiros alvejados pela polícia… e os dois polícias mortos dias antes pelos mineiros.
A comissão tem quatro meses para concluir o seu trabalho e apresentar conclusões.
Este prazo termina, convenientemente, depois do Congresso do ANC, marcado para meados de Dezembro e onde serão escolhidos os novos líderes do partido. O Presidente Jacob Zuma é considerado o favorito, ainda que enfraquecido pelos incidentes de Marikana.
A missão principal da comissão de inquérito é investigar a morte de dezenas de pessoas durante seis semanas de greve na mina de urânio de Lotmin, em Marikana.
No mais grave incidente, a polícia disparou sobre os grevistas matando 34 pessoas no dia 16 de Agosto no que foi descrito como um massacre. A polícia disse que agiu em legítima defesa.
A greve terminou e os trabalhadores conseguiram o seu aumento salarial de 22 por cento. Mas no fim da greve também havia 44 mortos… 78 feridos… e 270 mineiros presos. As famílias dos mineiros mortos foram convocadas para depor como testemunhas na quarta-feira da semana passada, mas não chegaram a ser ouvidas.
Não compareceram porque, segundo os sindicatos das minas, não foram convocadas a tempo de se deslocarem das suas residências rurais à cidade de Rustenburg.
Jimmy Gama, da Associação dos Mineiros e Trabalhadores da Construção, disse que o presidente da comissão – o juíz aposentado Ian Farlam – adiou os trabalhos até que as famílias possam ser devidamente notificadas.
“A comissão foi adiada até 22 de Outubro, para permitir a presença das famílias dos mineiros falecidos e, também, para dar tempo às partes de prepararem os documentos e informação que precisem de apresentar”, disse Gama.
O activista Rehad Desai líder da Campanha de Solidariedade de Marikana expressou a sus frustração com o arranque lento dos trabalhos da comissão, descrevendo o atraso como “uma desgraça". Lembrou que não foram apresentadas quase nenhumas provas perante a comissão, como solicitado. "Foi-nos dito que os relatórios de balística só estarão prontos no fim do mês, assim como uma lista imensa de coisas”, desabafou.
Desai diz que apenas um familiar das vítimas compareceu à primeira audição, mas ninguém a recebeu e ela acabou por ficar sentada cá fora sem nada para fazer. Isso, diz o activista, é uma vergonha, porque as pessoas precisam de saber o que se passou.
Os membros da comissão já visitaram Marikana, cenário dos confrontos, localizado a 100 quilómetros de Joanesburgo. Durante a visita deslocaram-se aos musseques onde os mineiros vivem, às hospedarias onde dormem sete no mesmo quarto, e ao hospital onda as vítimas receberam assistência.
Visitaram, também, o campo coberto de pedras onde muitos morreram: os 34 mineiros alvejados pela polícia… e os dois polícias mortos dias antes pelos mineiros.
A comissão tem quatro meses para concluir o seu trabalho e apresentar conclusões.
Este prazo termina, convenientemente, depois do Congresso do ANC, marcado para meados de Dezembro e onde serão escolhidos os novos líderes do partido. O Presidente Jacob Zuma é considerado o favorito, ainda que enfraquecido pelos incidentes de Marikana.