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Se as pessoas forem educadas e preparadas irão conseguir resolver a maioria dos seus problemas


Wildiley Barroca, embaixador da Boa Vontade por São Tomé e Príncipe e pres. da ONG alemã Humanity First STP
Wildiley Barroca, embaixador da Boa Vontade por São Tomé e Príncipe e pres. da ONG alemã Humanity First STP

Em entrevista à Voz da América, Wildiley Barroca, embaixador da Boa Vontade por São Tomé e Príncipe e presidente da ONG alemã Humanity First, também em São Tomé e Príncipe, falou sobre o seu papel como embaixador, dos planos que tem e dos projetos para 2020.

Barroca explicou que o título de embaixador da Boa Vontade é resultado de muitos anos de trabalho, a nível nacional e internacional, e o seu maior objetivo é ter resultados concretos em todos os investimentos que estão a ser feitos na área da educação, saúde e das questões ligadas à construção de casas sociais.

“Este é um trabalho que é feito por natureza meramente social e não há qualquer remuneração. O que me move é saber que ao final do dia, ao final do mês, ao final do ano, consigo fazer um balanço positivo por ver vidas a serem salvas. Ver pessoas com problemas que são resolvidos. Essa satisfação que no final do dia tenho é e deve ser a maior remuneração que eu possa ter”.

Barroca acrescentou que a educação é o seu foco principal porque acredita que se as pessoas forem educadas e preparadas irão conseguir resolver a maioria dos seus problemas.

“Mesmo que haja projetos brilhantes da parte da classe política ou dos dirigentes, se a população não tiver educação, não tiver conhecimento, será infrutífera toda a bela ideia, toda a projeção ideológica que se possa ter".

"O que me move é saber que ao final do dia consigo fazer um balanço positivo por ver vidas a serem salvas" Wildiley Barroca
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Entre os projetos que o presidente da ONG alemã Humanity First em São Tomé e Príncipe lidera está o que oferece bolsas de estudos a alunos do 9˚ ao 12˚ ano. Cerca de 1000 jovens a nível nacional estão sendo beneficiados, incluindo alguns estudantes universitários que precisam de ajuda com o pagamento de despesas, como matrículas e propinas.


Construção de casas sociais
O projeto de construção de casas sociais foi iniciado no ano passado e a ideia era de construir uma "espécie de vilas modelos" com postos médicos. Segundo Barroca, o projeto foi apresentado a todas as câmaras, mas infelizmente se descobriu que não havia mais terrenos disponíveis no país. A solução encontrada foi adaptar-se à realidade e avançar com contruções liberatórias.

“Quando queima uma casa e alguém contacta me deslocamos ao terreno para ver as condições atuais dos sinistrados e fazer um diagnóstico da vulnerabilidade e em função disso nos mobilizamos. Em uma primeira fase é uma ajuda de emergência e depois passamos para a fase de construção. Voltamos a construir onde houve o incêndio".

Barroca contou que até o mês de março deste ano 12 casas foram construídas e três receberam obras de benfeitorias.

Transformação do edifício da Roça Uba Budo em hospital de referência

O projeto foi iniciado há dois anos, mas se arrasta há um longo tempo explicou Barroca. O objetivo era construir a unidade hospitalar respeitando o parâmetro internacional exigido para as unidades hospitalares modernas. No entanto, a falta de terreno disponível inviabilizou o projeto.

Segundo Barroca, o governo são-tomense recomendou que o edifício da Roça Uba Budo seja transformado em hospital através de uma concessão do prédio para a ONG Humanity First. O processo burocrático institucional para que isso aconteça já foi iniciado, mas é um processo lento.

“Recentemente nós tivemos aqui em São Tomé um arquiteto e uma médica, especialistas que trabalham em um dos grandes hospitais da Alemanha. Eles vieram para fazer um diagnóstico, um estudo aprofundado sobre o estado atual do edifício e das nossas necessidades para colocarmos esse edifício em funcionamento, e termos a noção do valor real que vamos gastar para a sua reabilitação".

Barroca afirmou que as condições financeiras e materiais para executar o projeto já foram alocadas. O objetivo é concluir as obras até o final do ano a fim de que o hospital possa estar a funcionar em 2021. No entanto, as obras só podem ser inciadas após o fim do processo burocrático institucional.

Formação de profissionais da saúde e bombeiros

Este ano a Humanity First de São Tomé e Príncipe realizou a formação de 10 médicos, 48 enfermeiras e 24 bombeiros. Os médicos receberam fomação no que diz respeito ao suporte avançado de vida cardiovascular e no suporte avançado de vida em pediatria. As enfermeiras foram treinadas no suporte base de vida e os bombeiros no atendimento de emergência e resgate.

Barroca contou que no final do ano passado duas médicas são-tomenses foram enviadas à Alemanha para uma formação intensa de um mês.

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