O escritor Salman Rushdie apelou no domingo à defesa incondicional da liberdade de expressão ao receber um prestigiado prémio alemão que reconhece a sua obra literária e a sua determinação face ao perigo constante.
O autor britânico-americano considerou que a época atual é uma época em que a liberdade de expressão está a ser atacada por todos os lados, incluindo por vozes autoritárias e populistas, segundo a agência noticiosa alemã dpa.
Ele foi homenageado na igreja de São Paulo em Frankfurt com o Prémio da Paz do Comércio Livreiro Alemão, por continuar a escrever apesar de ter suportado décadas de ameaças e violência.
Em agosto de 2022, Rushdie foi esfaqueado repetidamente quando estava no palco de um festival literário no estado de Nova Iorque.
Rushdie vai publicar um livro de memórias sobre o ataque que o deixou cego do olho direito e com a mão esquerda danificada. "Knife: Meditations After an Attempted Murder" será lançado a 16 de abril. O autor considera que esta é uma forma de "responder à violência com arte".
O prémio alemão, no valor de 25.000 euros (26.500 dólares), é atribuído desde 1950. O júri alemão declarou, no início deste ano, que iria homenagear Rushdie "pela sua determinação, pela sua atitude positiva perante a vida e pelo facto de enriquecer o mundo com o seu prazer de narrar".
O Ayatollah Ruhollah Khomeini, do Irão, condenou como blasfémias as passagens que se referem ao Profeta Maomé no romance de Rushdie, "Os Versos Satânicos", de 1988. No ano seguinte, Khomeini promulgou um decreto que exigia a morte de Rushdie, obrigando o autor a esconder-se, embora tivesse viajado livremente durante anos antes do esfaqueamento do verão passado.
Em agosto de 2022, Rushdie foi esfaqueado repetidamente quando estava no palco de um festival literário no estado de Nova Iorque.
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