O Governo da Rússia anunciou nesta terça-feira, 15, ter retirado algumas das suas forças posicionadas perto da Ucrânia após a conclusão de exercícios militares.
Em comunicado, o porta-voz do Ministério da Defesa, Igor Konashenkov, disse que os exercícios em grande escala em todo o país continuarão, mas algumas unidades dos distritos militares do sul e do oeste completaram seus exercícios e começaram a retornar à base.
“Quando o exercício terminar, as tropas, como de costume, marcharão de volta para seus postos de origem”, acrescentou o porta-voz.
“As unidades dos distritos militares do Sul e do Oeste que cumpriram suas tarefas já começaram a carregar comboios e veículos motorizados. Eles começarão a mudar para suas bases, unidades individuais marcharão por conta própria em colunas militares”, concluiu.
Mais tarde, o porta-voz da Presidência russa confirmou a retirada.
"Sempre dissemos que depois das manobras as tropas voltarão para os seus quartéis de origem. E é isso que está a acontecer agora. É o procedimento habitual", disse Dmitri Peskov, à imprensa.
Ele afirmou que no futuro Moscovo vai organizar "mais exercícios em todo o país" e reivindicou o direito do país a organizar manobras no seu território.
"Este tipo de histeria não tem nenhum fundamento", disse o porta-voz em referência a informações de que a Rússia podia invadir a Ucrânia a qualquer momento.
A informação, no entanto, não foi confirmada por nenhuma fonte independente.
O anúncio ocorre no meio de múltiplos esforços diplomáticos para evitar uma invasão russa da Ucrânia.
O chanceler alemão Olaf Scholz viajou nesta terça-feira a Moscovo para discutir a crise com o Presidente russo Vladimir Putin.
A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, disse em comunicado que cabe à Rússia diminuir a escalada e retirar suas tropas de áreas ao longo da fronteira com a Ucrânia.
Nos Estados Unidos, o secretário de imprensa do Pentágono, John Kirby, disse a repórteres na segunda-feira, que “mesmo nas últimas 24 a 48 (horas) … O Sr. Putin aumentou a capacidade militar ao longo da fronteira com a Ucrânia e na Bielorrússia”.
“Ele continua a fazer coisas que se espera em alguém que está a realizar planos para uma grande acção militar”, concluiu Kirby.
O Pentágono também informou na segunda-feira que o secretário de Defesa Lloyd Austin e o secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg discutiram por telefone “a importância de manter uma forte dissuasão e defesa e enfatizaram que as acções da Rússia acabarão por alcançar o efeito oposto ao pretendido, – uma Aliança da NATO mais forte e unida”.