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Professores do ensino superior iniciam greve em Angola


Universidade Agostinho Neto, Luanda, Angola
Universidade Agostinho Neto, Luanda, Angola

Ministério e SINPES começam negociações na terça-feira, sobre os quatro pontos que separam as duas partes

Tudo parado a partir de hoje na universidade pública de Angola, com os professores a entraram em mais uma greve porque, segundo o Sindicato Nacional de Professores do Ensino Superior (SINPES), o Executivo não honrou os compromissos.

O Governo já reagiu e amanhã, 25, arrancam as negociações entre o Ministério do Ensino Superior e o SINPES para se chegar a um entendimento sobre os quatro pontos que estão na mesa.

Professores do ensino superior de Angola entram em greve - 2:15
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O Movimento dos Estudantes Angolanos (MEA) entende que desta vez os professores têm razão e já escreveram ao Presidente da República a alertar para o perigo desta greve.

A anterior paralisação foi em Maio e os professores decidiram suspendê-la depois de ouvir apelos de estudantes e da Igreja Católica.

Desde então, não houve qualquer evolução no diferendo entre o sindicato e o Governo, por isso os professores regressaram à greve nesta segunda-feira.

Quatro pontos estão na agenda dos professores, segundo o coordenador do SINPES na região Luanda-Bengo Carlinhos Zassala.

"O problema do salário condigno, a formação contínua dos professores, o seguro de saúde e os fundos para investigação científica", diz Zassala.

O professor da Universidade Agostinho Neto João Lukombo Nza Tuzola diz haver uma falta de interesse pela classe de professores em Angola.

"É uma inversão total de valores, quem forma quadros é desprezado, políticos que nem um deputado conseguem colocar na Assembleia Nacional recebem mais de um bilhão de kwanzas (cerca de três milhões e meio de dólares), é um egoísmo total, como nós não temos capacidade de pôr o dedo no gatilho, então não valemos nada", sustenta Nza Tuzola.


Os estudantes filiados no MEA solidarizam-se com os professores e o presidente Francisco Teixeira diz que já começou a encetar contactos para pressionar o Executivo a começar pelo Presidente da República.

"Hoje mesmo escrevemos para o Presidente da República, já temos audiência marcada com o Ministério do Trabalho e outra com o Ministério do Ensino Superior para explicar o perigo que representam para o país estas sucessivas greves", diz Teixeira.

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