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Oposição congolesa procura candidato presidencial único


Joseph Kabila, (segundo a contar da direita) fotografado com a mulher e apoiantes, no dia em que formalizou a sua re-candidatura à presidência da República Democrática do Congo.
Joseph Kabila, (segundo a contar da direita) fotografado com a mulher e apoiantes, no dia em que formalizou a sua re-candidatura à presidência da República Democrática do Congo.

Falta de unidade da oposição reforça favoritismo de Joseph Kabila nas eleições de Novembro

Lideres dos principais partidos da oposição da República Democrática do Congo dizem estar a fazer progresso na procura de um candidato comum contra o presidente Joseph Kabila, nas eleições de 28 de Novembro, em conversações realizadas à margem de uma conferência em Adis Abeba, sobre métodos para evitar violência eleitoral.

A conferência organizada pela União Africana e o Instituto Americano para a Paz, juntou na capital etíope alguns protagonistas da oposição congolesa e representantes do governo e da comissão eleitoral.

A conferência era uma contribuição para evitar violência nas eleições de Novembro, mas deu à fragmentada oposição uma possibilidade de reuniões para um diálogo tendo em vista ultrapassar diferenças e escolher um candidato único para concorrer contra o Presidente Kabila.

Aimé Boji, do Partido da União Nacional Congolesa, diz que as conversações se aproximam do momento da decisão sobre quem deve ser o candidato. Boji refere que ainda faltam dois meses para as presidenciais e que "agora é tudo uma questão de levarmos as conversações ao nível dos líderes dos dois ou três principais partidos da oposição para que eles possam concordar sobre o nome do candidato que nos vai representar a todos".

Concluiu acreditar que isso vai acontecer porque "o povo quer mudança e a mudança só será possível com um candidato único".

Um dos possíveis candidatos da oposição unificada é Etienne Tshisekedi, da União para a Democracia e Progresso Social. Mas com 78 anos, ele tem quase o dobro da idade de Joseph Kabila, que subiu ao poder em 2001, após o assassinato do seu pai, Laurent Kabila.

Cinco anos após a sua nomeação, Joseph Kabila foi eleito em 2006 num sufrágio marcado por violência e muitos mortos. A pré-campanha para as eleições deste Novembro já registou incidentes durante um protesto do partido de Tshisekedi contra alegada fraude na compilação dos cadernos eleitorais.

Oscar Kashala, outro líder da oposição, afirma que muitos estão cientes do risco de a continuação da violência reforçar a imagem do Congo como um estado falhado. "Se as coisas correrem mal, tenho a certeza que o Congo ficará em sérios apuros", diz Kashala.

É por isso que, sgundo ele, "é importante que estes dos blocos de políticos sejam levados a um diálogo sobre o processo. Mas também é importante trazer à mesa um actor essencial que é a Comissão Nacional Eleitoral Independente – para lhe perguntarmos como podemos fazer isto mais transparente e livre… mas também uma eleição que não seja seguida de violência".

Novas iniciativas para reforçar a democracia congolesa e a estabilidade social no país surgem após anos de conflito envolvendo a República Democrática do Congo e países vizinhos, em que morreram cerca de 3,3 milhões de pessoas. As Nações Unidas mantêm uma vasta operação de manutenção da paz, na região Oriental do país

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