A Namíbia iniciará negociações sobre a expropriação de terras em todo o país, pela primeira vez, desde a independência, escreve a Reuters.
Este país, que se tornou independente da África do Sul, em 1990, enfrenta tensões políticas e étnicas sobre a transferência de riqueza para a maioria da população negra.
A realização da Conferência Nacional de Terras, em outubro, foi anunciada pelo presidente Hage Gottfried Geingob, na comemoração do Dia dos Heróis em Rundu, a 700 quilómetros da capital Windhoek.
Na conferência, disse Geingob, será abordado o princípio do vendedor-comprador voluntário, as reivindicações ancestrais para restituição de terras, a expropriação de interesse público com justa compensação, a reforma agrária urbana e critérios de reassentamento.
A Namíbia quer transferir 43 por cento, ou 15 milhões de hectares de suas terras agrícolas aráveis, para negros previamente desfavorecidos até 2020. Até o final de 2015, 27 por cento foram redistribuídos, de acordo com a União de Agricultura da Namíbia.
Críticos citados pela Reuters dizem que o actual programa de reassentamento falhou em abordar adequadamente a questão da terra na Namíbia, cuja propriedade é actualmente detida, na maioria, por uma pequena minoria branca.