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Moçambique declara guerra aos acidentes na estrada


Vítimas de acidente numa estrada moçambicana jazem, cobertos com manta cor de laranja, junto aos destroços dos veículos.
Vítimas de acidente numa estrada moçambicana jazem, cobertos com manta cor de laranja, junto aos destroços dos veículos.

País regista anualmente três mil acidentes com quase 10 mil vítimas

Autênticos corredores de morte. É o que são as estradas moçambicanas. Os acidentes são frequentes e graves. Muito graves. Matam e deixam um rasto de destruição muito grande.

Por ano, Moçambique tem estado a registar mais de três mil acidentes de viação que matam, em média, cerca de duas mil pessoas e ferem acima de sete mil outras.

"O número de mortos é o que nos preocupa mais", disse Eusébio Saíde, vice-ministro dos Transportes e Comunicações, siblinhando que "o número de acidentes tem tendência a descer, mas o número de mortos cotinua crescente".

Camião é removido da via pública, após acidente
Camião é removido da via pública, após acidente

E não são apenas as mortes. Os acidentes de viação provocam danos materiais avultadíssimos. Em 2009, os danos foram calculados em 80 milhões de dólares americanos. Agora, este ano, as autoridades falam em 60 milhões de dólares.

Mas esse não é um problema apenas de Moçambique. Relatórios da Organização Mundial da Saúde mostram que, no mundo, morrem cerca de 1 mlhão e duzentas mil pessoas por ano, e entre 20 e 50 milhões ficam feridas, muitas delas em estado grave, em resultado da sinistralidade rodoviária.

Preocupadas com tanta mortandade, as Nações Unidas decidiram agir, tendo adptado uma resolução, proclamando o período 2011-2020, como a Década de Acção para a Segurança Rodoviária, ficando a cargo de cada um dos países a tarefa de eleborar estratégias específicas.

Carro "encolheu" para metade em resultado de colisão brutal.
Carro "encolheu" para metade em resultado de colisão brutal.

Essas estratégias são destinadas a promover a segurança nas estradas, com o objectivo de estabilizar e reduzir o número de vítimas mortais, pelo menos para metade, nos próximos dez anos. E, esta semana foi lançada, em todo o planeta, a “Década de Segurança Rodoviária”.

Em Moçambique, a cerimónia foi dirigida pelo vice-ministro dos Transportes e Comunicações e nela estiveram presentes diversos membros do governo, representantes de agências das ONU, do corpo diplomático, do sector privado e vários outros convidados.

E, entrevistado pela Voz da América, o Vice-Ministro dos Transportes e Comunicações explicou as linhas essenciais da estratégia que Moçambique vai adoptar.

Um plano que, segundo Eusébio Saíde, entre outras medidas, preconiza o lançamento de campanhas de educação cívica, bem como o reforço da vigilância e fiscalização rodiviárias.

Ao abrigo dessa estratégia, prevê-se ainda, o melhoramento e desenvolvimento de infra-estruturas públicas que permitam uma mais eficaz circulação de pessoas e bens.

Vice-ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Eusebio Saíde
Vice-ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, Eusebio Saíde

"Os países pobres tem infra-estuturas pouco adequadas, como estradas que passam por zonas urbanas onde há grande circulação de peões. Também precisamos de pensar nas nossas infra-estruturas de trânsito", disse o vice-ministro Saíde.

Sessenta milhões de dólares americanos, é o valor que que se calcula seja necessário para tornar operacional o plano de segurança rodoviária, em Moçambique. Um plano que, para funcionar, vai necessitar, também de uma mudança. Nazira Abdula, vice-ministra da Saúde, diz que é preciso "mudar a forma de ser e a forma de estar na via pública".

"Queria apelar aos nossos condutores para que respeitem no máximo as regras da boa condução", disse a ministra, sublinhando que muitos acidentes "são evitáveis" e a maior parte resulta de "não cumprimos a regras".

É preciso conhecer e respeitar as regras de trânsito para ajudar a evitar os tão graves acidentes que se registam em Moçambique, país de mais de 22 milhões de habitantes e em cujas estradas estão neste momento a circular mais de 350 mil viaturas ligeiras e pesadas.

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