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Moçambicanos celebram o legado de Desmond Tutu


Desmond Tutu, na Universidade de Oklahoma, 2000
Desmond Tutu, na Universidade de Oklahoma, 2000

"Aquilo que pregava e ensinava, ele procurava demonstrar na prática”, disse Joaquim Chissano

Proeminentes figuras religiosas e políticas de Moçambique celebram o legado de Desmond Tutu, arcebispo anglicano sul-africano, que faleceu domingo, 26, aos 90 anos de idade.

Moçambicanos celebram o legado de Desmond Tutu
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Graça Machel, viúva de Nelson Mandela, um grande amigo de Tutu, diz que o falecido “arcebispo é o último de uma geração extraordinariamente notável de líderes que a África viu nascer”.

“Sinto-me profundamente entristecida com a partida do arcebispo Desmond Tutu e, simultaneamente, em celebração do seu rico legado”, diz Graça Machel, numa mensagem divulgada pela sua organização.

Graça Machel, cujo casamento com Mandela teve influência directa de Tutu, pede, na sua mensagem, que os jovens se inspirem no legado daquele religioso.

“Está agora nas vossas mãos cultivar a vossa própria liderança excepcional para enfrentar os desafios do vosso tempo (…) tendes a vossa própria missão histórica à mão, inspirai-vos na vida de arcebispo para esculpir o vosso próprio legado".

Os jovens Romeu António e Carlos Joaquim, da Igreja Anglicana em Moçambique, prometem valorizar o legado de Desmond Tutu.

“Esperamos ter forças suficientes para dar continuidade àquilo que foi o trabalho que ele iniciou e que a sua história não possa ser esquecida”, disse Romeu António.

Já Carlos Joaquim considerou que Tutu “influenciou o mundo e não só Moçambique, nós aprendemos dele e era uma grande fonte de inspiração, todo o clérigo anglicano inspirava-se nele”.

Praticava o que pregava

Quem também reagiu a morte de Tutu foi o antigo presidente de Moçambique, Joaquim Chissano, que destacou o papel do arcebispo emérito da cidade do Cabo na luta contra a opressão.

“Desmond Tutu estava lá sempre connosco, contra o apartheid, contra o colonialismo, contra a segregação racial (...) era um líder religioso consequente, aquilo que pregava e ensinava, ele procurava demonstrar na prática”, considerou Chissano.

De rastos está também o arcebispo emérito da Diocese dos Libombos da Igreja Anglicana em Moçambique, Dom Dinis Sengulane, que há dois meses visitou o finado.

“O arcebispo Tutu foi uma oferta preciosa de Deus para a humanidade. Não só foi uma pessoa que se preocupou com o seu povo sul-africano (...) foi capaz de ultrapassar e fazer transbordar essa sua preocupação com o bem-estar do cidadão para outros cidadãos do mundo. Sabemos que ele nos últimos dias tinha muitas dores, mas foi aguentando estas dores com dignidade”, disse Dom Dinis Segulane.

A opinião é subscrita por Dom Carlos Matsinhe, actual arcebispo da Igreja Anglicana, que acrescenta que perdemos “uma pessoa e uma voz que trouxe consigo muita mudança no mundo religioso e na esfera sócio-politica da África Austral”.

O presidente Filipe Nyusi recordou, numa rede social, queo “arcebispo de Cabo sempre esteve do lado dos oprimidos, tendo se dedicado à reconciliação entre os sul-africanos, independentemente da sua cor de pele, tendo sido sua iniciativa chamar a África do Sul de Nação Arco-Íris”.

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