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Malária faz dezenas de mortes e assusta população em Benguela


Água concentrada não ajuda
Água concentrada não ajuda

Mais de 900 casos em duas semanas só num município e cólera espreita no litoral

Um surto de malária em dois municípios do interior da província angolana de Benguela, associado a debilidades no saneamento básico, provocou 68 mortes nos últimos meses, num total de 3305 casos registados pelos serviços de saúde.

As crianças são a franja mais afectada por um problema que pode vir a conhecer contornos bem mais alarmantes, devido às chuvas, a fonte do vector da doença, e à escassez de medicamentos.

Malaria em Benguela - 1:31
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Com capacidade para 50 pacientes, a pediatria do Hospital do Cubal, município que registou 11 mortes, acolhe actualmente 114 crianças.

Grande parte delas fica em colchões improvisados, nos corredores, segundo o director da unidade hospitalar, Domingos Ngunga, que fala em mais de 900 casos entre 1 e 15 de Janeiro deste ano.

"É um problema do meio ambiente, o saneamento básico tem problemas. Há muitos lagos e milheiros à volta das casas, o que possibilita a reprodução dos mosquitos. A nível dos municípios a grande preocupação é o medicamento anti-malárico’’, informa o director Ngunga.

Melhor do que ninguém, os pacientes, já no município ao lado, a Ganda, que notificou mais de 2.300 casos desde Outubro passado, com 57 óbitos, sentem os efeitos da falta de medicamentos.

"Há aqui muitas pessoas, doentes nos corredores, está muito cheio mesmo, não há medicamentos. Temos de comprar nas farmácias’’, lamentam pacientes.

O director do Hospital Municipal, Sebastião Cavaya, pensa na redução da mortabilidade, mas condiciona a sua intenção.

"Em Março de 2017, já tivemos um surto, na comuna da Babaera, mas controlámos e estancámos naquela altura. Os casos nunca pararam, mas eram em pequena escala. Agora, chuvas as chuvas registadas em Outubro, os mosquitos encontraram locais para se albergar, daí o aumento da malária aqui na Ganda’’, esclarece Cavaya

Com malária no interior da província, no litoral – Benguela, Lobito, Catumbela e Baía Farta - a cólera pode estar à espreita, conforme admite o director do Gabinete Provincial de Benguela, Manuel Cabinda, numa abordagem aos focos de lixo.

Refira-se que as queimadas são a alternativa à falta de dinheiro para uma recolha de forma regular.

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