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Mais de 100 activistas detidos: queriam marchar pelos direitos humanos para denunciar assassinatos em Cabinda


João Sumbo, activista de direitos humanos em Cabinda, Angola
João Sumbo, activista de direitos humanos em Cabinda, Angola

"O direito de manifestação não pode ser um direito simplesmente para aqueles que pertencem aos partidos políticos"

A sociedade civil de Cabinda convocou uma manifestação pelos direitos humanos para este sábado, mas os manifestantes foram impedidos de marchar, quando a polícia, cerca das 11h da manhã (hora local) deteve os activistas antes da manifestação começar.

Segundo o activista de direitos humanos, João Sumbo, a polícia alegou que existia um grupo com catanas que iria misturar-se com os activistas e que por isso a manifestação não deveria ter lugar.

Cabinda: Joao Sumbo relata os acontecimentos de 11 de Dezembro
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Uma vez que os activistas se negaram a aceitar esse argumento, mantendo o início da manifestação para 13horas locais, a polícia avançou com as detenções, explica Sumbo.

Para o activista, "o direito de manifestação não pode ser um direito simplesmente para aqueles que pertencem aos partidos políticos" e acusa a polícia de ter raptado os seus companheiros.

Embora não se saiba o paradeiro de muitos dos detidos, que queriam marchar para celebrar o Dia dos Direitos Humanos (10 de Dezembro) e "denunciar assassinatos em Cabinda", João Sumbo diz que já conseguiu falar com alguns e que esses queixam-se de fome e receiam comer ou beber qualquer coisa dada pela polícia.

Entre os detidos estão Alexandre Kuanga Nsito, Presente da ADCDH, Joaquim Missanda, Estevão Poba, Clemente Cuilo, Marcos Lubuca Mabiala (que foram entretanto libertados após publicação desta notícia) e Celestino Joaquim.

Quando questionado sobre se se dirigiu à polícia para saber mais sobre os detidos, Sumbo disse que se aparecer diante da polícia também seria detido, acrescentando que muitos activistas que escaparam à detenção estão escondidos, inclusive na sede da UNITA.

A VOA tentou entrar em contacto com as autoridades policiais de Cabinda, mas com pouco sucesso. O único número que atendeu informou-nos não saber de quaisquer detenções.

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