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Líderes religiosos criticam encerramento de igrejas na Huíla


Lubango
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Operação Resgate vai arrancar em breve na província

A campanha de encerramento de igrejas ilegais na província angolana da Huíla no âmbito da Operação Resgate vai atrasada, segundo as autoridades, mas as confissões religiosas receberam um aviso do Governo local para colaborarem com as autoridades.

O encerramento coercivo está às portas.

Huíla: Autoridades avisam igrejas ilegais - 1:59
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O aviso foi dado num encontro mantido na quarta-feira 28, entre o Governo local e líderes de diferentes confissões religiosas.

Na Huíla, 52 igrejas são tidas como legais, 94 ilegais e 12 aguardam por reconhecimento, enquanto que 61 igrejas têm os seus processos pendentes.

O chefe do Departamento da Cultura, Juventude e Desportos da Huíla, Bernardino Gabriel, pede a colaboração das igrejas ilegais.

«As igrejas que se encontram nessa situação devem colaborar com as autoridades administrativas no sentido de procurarmos as melhores vias de sanar estes males que vêm acontecendo», pediu Gabriel

Do lado das confissões religiosas, Zaqueu Bailundo, da Igreja Coligação Cristã de Angola, (ICCA), uma das denominações visadas pelas medidas do Governo, entende que o assunto fenómeno religioso em Angola deve ser resolvido pela própria igreja e pede ponderação do Governo.

«Tudo isso exige de nós, angolanos, sabedoria, ponderação, cuidado de tal formas que não venhamos de novo a ofender alguma sensibilidade dos cidadãos angolanos”, defende Bailundo.

Para o pastor Nelson Kuassa, da Igreja Visão Cristã, a decisão do Governo de encerrar igrejas partiu de um diálogo exclusivo em que algumas igrejas foram ignoradas.

«O Executivo, antes de tomar a decisão, tivesse primeiro consultado as igrejas, que igrejas? A minha não foi com consultada. Ele consultou as igrejas pelas quais ele se identifica. Isso é injustiça em termos de lei porque a nossa constituição defende que os cidadãos devem ser considerados numa base de equidade”, critica Kuassa.

Por seu lado, o presidente da Organização Cristã para Igreja do Futuro (OCIFU), uma das plataformas ecuménicas legais, Jonas Francisco, apoia a acção do Goveno que visa o fim da desordem no movimento religioso.

«Neste momento, não temos outra alternativa senão submetermo-nos àquilo que é o primado da lei», pede Francisco.

A campanha de encerrar igrejas deve arrancar em breve na Huíla.

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