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Israelitas entre a satisfação do reconhecimento e o receio de mais tensão


Jerusalém
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Residentes falam sobre a vida após o reconhecimento dos EUA de Jerusalém como capital

As autoridades israelitas reforçaram a segurança nesta sexta-feira, 8, dia da grande oração na Esplanada das Mesquitas, após a convocatória para um dia de fúria pelo grupo radical palestiniano Hamas.

Houve confrontos na Cisjordânia, entre as forças israelitas e palestinianas, e em Jerusalém Oriental registaram-se alguns protestos, que resultaram em montras de lojas destruídas.

Essa explosão de violência acontece dois após o presidente americano Donald Trump ter reconhecido Jerusalém como capital de Israel.

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Enquanto a grande maioria dos israelitas recebeu com satisfação a decisão dos Estados Unidos, os cidadãos sabem que poderá haver um aumento da tensão.

Rachel Rachewsky Scapa
Rachel Rachewsky Scapa

Raquel Rachewsky Scapa, jornalista radicada em Kfar Saba, diz que o reconhecimento de Trump foi recebido com dois sentimentos.

“Uma euforia entorpecente, muita alegria, por parte de quem esperava há muito tempo e, por outro lado, o povo sabe que isso irá desencadear uma série de ataques, tanto verbais como físicos contra Israel e até contra os Estados Unidos”, sublinha Scapa, lembrando que há pessoas em Israel que são totalmente contra esse reconhecimento, “principalmente antes de um acordo de paz com os palestinianos”.

Entre os que são contra, continua, “perfilam-se pessoas de esquerda, bem como partidos árabes que estão no Parlamento e que defendem inclusive a divisão de Jerusalém".

A vida continua

Letícia Machado, brasileira e cidadã israelita, ex-locutora de rádio, reflecte o espírito dos cidadãos ao dizer que o anúncio de Trump não foi recebido com euforia nas ruas porque para os israelitas Jerusalém foi, desde sempre, a sua capital.

“O israelita recebe isso como óbvio porque para ele Jerusalém nunca deixou de ser a capital do país”, explica a antiga apresentadora de rádio, acrescentando que “esse reconhecimento de Trump foi acolhido de uma forma sensata”.

Letícia Machado
Letícia Machado

Apesar de também considerar que há um receio quanto aos próximos tempos, Letícia Machado, que vive em Pardes Hanna e já passou por duas guerras, considera que pouca coisa altera o quotidiano dos israelitas.

“Até no meio de uma guerra todos continuam a trabalhar, os alunos vão às escolas e para alterar esse quotidiano terá de ser algo apocalíptico”, acrescenta Machado, reconhecendo, no entanto, a existência de alguma preocupação e o aumento “já visível da segurança, nomeadamente nos centros comerciais”.

Enquanto se espera por mais tensão nas próximas semanas e o mundo critica a decisão do Presidente americano, o Governo israelita mantém a sua posição e espera que outros países sigam o exemplo de Washington.

Processo

“A opinião internacional, para o Governo de Israel não interessa e espera que outros países façam o mesmo que os Estados Unidos”, conclui Raquel Rachewsky Scapa, que apresenta os programas de rádio Voz de Israel e Késsem Brasilai EmCanto Brasileiro.

Nesta sexta-feira, 8, o secretário de Estado Rex Tillerson, que está em Paris para conversas bilaterais com o ministro de Relações Exteriores francês, Jean-Yves Le Drian, disse ser improvável que a embaixada americana seja transferida de Tel Aviv neste ano e "provavelmente nem no próximo ano".

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