Há forças ligadas ao MPLA que não estão interessadas na reconciliação nacional, disse o porta-voz da UNITA Alcides Sakala após o funeral dos restos mortais do primeiro presidente do seu partido, Jonas Savimbi.
O enterro em Lopitanga foi precedido de um impasse de alguns dias sobre a entrega dos restos mortais aos familiares de Savimbi e à direcção do movimento, levando a acusações da UNITA de um boicote ao processo por parte das autoridades e contra-acusações de entidades governamentais de que o partido de Savimbi estava a fabricar problemas para fins políticos.
A confusão levou a um encontro de emergência entre o presidente João Lourenço e o actual líder da UNITA Isaías Samakuva que resultou na entrega dos restos mortais de Savimbi no Andulo
O porta voz da UNITA disseque o presidente João Lourenço continua ladeado de companheiros cuja a missão é travar a reconciliação entre os angolanos.
"Ainda há forcas conservadoras, dentro do MPLA fundamentalmente, que procuram se opor a este movimento de reconciliação nacional necessário ao país”,disse Sakala.
Sakala disse que para além de programas partidários há outras questões fundamentais que têm que ser discutidas.
“Desde 1975 nunca houve oportunidade para se conversar independentemente dos programas políticos dos partidos e há questões transversais e a reconciliação nacional é uma delas, essenciais ao pas e aos angolanos"´, acrescentou.
Já Raul Danda o vice presidente da UNITA disse em Lopitanga que só há uma única saída e que os angolanos estão condenados a viver juntos.
"Só temos este país para viver e seria melhor que nos tratássemos como irmãos já que não te-
mos outra opção, podemos escolher um amigo mas nunca um vizinho, quem lá estiver ao meu lado não posso dizer não quero o fulano ou quero este”, disse Danda.
“Angola produziu apenas filhos e não enteados, filhos somos todos", acrescentou.
Os familiares do líder fundador da UNITA agradeceram o gesto do exe-cutivoem permitir o funeral mas mostram-se perplexos pelos transtornos causados na semana passada.