O Presidente da Guiné-Bissau vai falar ao país às 19 horas locais (20 UTC) sobre os incidentes desta terça-feira, 1, no Paládio do Governo, de onde se ouviram tiros.
Numa breve comunicação aos jornalistas assinada por Pamela Ferreira, conselheira do Presidente da República para a área de comunicação, lê-se que “está convocada toda a imprensa para estar na Presidência da República às 19 horas, o Chefe de Estado fará uma comunicação à nação”.
Os disparos aconteceram no momento em que decorria a reunião do Conselho de Ministros, presidida pelo chefe de Estado e na qual encontrava-se também o primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam.
As autoridades não se pronunciaram ainda e as informações são praticamente inexistentes.
A Rádio Bonbolom FM, com sede em Bissau, avançou que duas pessoas, pelo menos, terão sido mortas, uma informação que a VOA não conseguiu ainda confirmar junto das autoridades que continuam em silêncio.
Informações não confirmadas inicialmente indicavam que os militares que entraram vestidos à paisana no Palácio do Governo terão feito reféns o Presidente e o primeiro-ministro.
União Africana "preocupada"
Umaro Sissoco Embaló deve explicar o que aconteceu e anunciar medidas.
Entretanto, depois do secretário-geral da ONU, António Guterres, e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) terem condenado o que chamaram de “tentativa de golpe de Estado” e pedido o respeito pela segurança do chefe de Estado e dos membros do Governo, bem como o regresso à legalidade consitucional, a União Africana (UA) também manifestou a sua "viva preocupação" pela situação em Bissau.
Em comunicado, o presidente da comissão da UA, Moussa Faki Mahamat, apelou ainda aos militares para que "assegurem a integridade física do Presidente Umaro Sissoco Embaló e dos membros do seu Governo" e a libertarem os membros do Executivo detidos.