Cento e cinquenta autocarros adquiridos pelo Governo central estão “encostados” em Benguela, quando a mobilidade prevalece débil, sobretudo no interior da província, com a transportação de pessoas e bens a ser feita por motorizadas.
Cidadãos assumem riscos na deslocação de um município para outro, em percursos esburacados com mais de 50 quilómetros, mas referem que a luta pela sobrevivência justifica sacrifícios.
O motoqueiro João Xavier, nas estradas há mais de dois anos, sabe o que é fazer o transporte intermunicipal em condições adversas.
‘’É difícil, tanto para nós como para os clientes. São cinco horas de viagem, as estradas estão muito mal, não vale a pena… aqui já nunca vimos autocarros, não existe’’, diz um mototaxista.
Do interior ao litoral, a viagem mostra a insatisfação de adolescentes à espera de autocarros escolares há mais de seis meses.
‘’Já nos disseram na escola, por isso foram estabelecidas as paragens. Está a demorar muito, teremos de continuar a pé, é muita distância’’, reclama um estudante do 9º ano.
Numa visita recente à província de Benguela, o director nacional dos Transportes, Jorge Bengue, admitiu que existem atrasos consideráveis.
‘’As nossas cidades vão tendo mais habitantes, estamos com atrasos significativos para sustentar a mobilidade no interior e até mesmo ligações intermunicipais. Vamos trabalhar para resolver problemas como estes, numa perspectiva de desenvolvimento do país’’, refere Bengue.
Fonte do Gabinete Provincial dos Transportes indica que Benguela perdeu para o Huambo o projecto-piloto que deveria ter proporcionado os primeiros 40 autocarros.