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França: Mais pessoas presas em relação ao ataque de Nice


Pessoas reunidas em frente à Basílica de Notre Dame, em Nice, França, 30 de outubro, 2020.
Pessoas reunidas em frente à Basílica de Notre Dame, em Nice, França, 30 de outubro, 2020.

A media francesa reporta que as autoridades prenderam mais pessoas relacionadas ao ataque de Nice, que o Presidente Emmanuel Macron descreveu como um ato de terrorismo. O principal suspeito, o imigrante tunisino Brahim Issaoui, continua hospitalizado depois de ter sido baleado pela polícia.

Este domingo marca o feriado cristão do Dia de Todos os Santos. A França é um país tradicionalmente católico e, embora nos dias de hoje muitos franceses não sejam muito religiosos, eles ainda estão a recuperar-se de ataques consecutivos contra igrejas - primeiro um ataque à faca em Nice que deixou três mortos, e um ataque a tiros no sábado contra um padre ortodoxo grego na sua igreja na cidade de Lyon.

Investigadores tunisinos e franceses estão a tentar reunir as motivações de Issaoui e quem pode tê-lo ajudado a realizar os violentos esfaqueamentos na Basílica de Notre Dame de Nice na manhã de quinta-feira. Ao que tudo indica, ele teria chegado à França apenas alguns dias antes.

Enquanto isso, um suspeito foi preso no ataque a Lyon, mas o seu motivo não foi imediatamente esclarecido.

Esses são os últimos de vários ataques que atingiram a França nas últimas semanas, a maioria aparentemente relacionada à republicação de cartoons do profeta muçulmano Maomé. No mês passado, o professor Samuel Paty foi decapitado por um extremista islâmico, aparentemente por mostrar as caricaturas numa aula sobre liberdade de expressão.

Os muçulmanos consideram os desenhos animados profundamente ofensivos, e a sua republicação - junto com a defesa do Presidente Macron do direito de publicá-los em nome da liberdade de expressão - levou a protestos e boicotes em vários países muçulmanos.

Em entrevista à Al Jazeera, o Presidente Macron disse entender que as pessoas podem ficar chocadas com os cartoons, mas isso não justifica a violência física. Ele disse que sempre defenderá a liberdade de expressão em França.

A França resistiu a vários ataques terroristas islâmicos nos últimos anos, incluindo os ataques de Paris em 2015, juntamente com um ataque de 2016 em Nice. Mais uma vez, o alerta de segurança nacional da França está no seu nível mais alto. Em simultâneo, o país também está bloqueado, em resposta à crise da pandemia do coronavírus.

Em Nice, onde flores estão empilhadas em frente à Basílica de Notre Dame, os moradores disseram a uma rádio francesa que não se sentiam seguros.

Os ataques também geraram debate sobre a firme defesa do secularismo da França e até onde a liberdade de expressão deve ir. E a comunidade muçulmana do país teme que seja estigmatizada.

Na segunda-feira, as crianças voltam às aulas após duas semanas de férias. Escolas em todo o país devem fazer um minuto de silêncio em honra ao professor que foi decapitado, Samuel Paty.

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